Egito, Israel e os EUA concordaram com um cessar-fogo no sul de Gaza nesta segunda-feira (16) para a reabertura da passagem da fronteira de Rafah, disseram fontes de segurança egípcias à agência de notícias Reuters.
As fontes informaram que o cessar-fogo durará várias horas, mas não foram claras sobre a duração exata.
A abertura da rota de fuga encerra a espera de cinco dias de um grupo de brasileiros que pediu ao Itamaraty para ser removido e ficou retido na região à espera de um acordo para que o governo egípcio permitisse a entrada dos refugiados, além da anuência dos israelenses de seu lado da fronteira.
As negociações incluíram a tensa remoção de 16 brasileiros da cidade de Gaza após Israel dar um ultimato para que todos os palestinos vivendo na porção norte da Faixa de Gaza se deslocassem para o sul do território.
O grupo de 16 brasileiros inclui 10 crianças. Eles estavam abrigados em uma escola da Cidade de Gaza e foram transferidos no sábado (14) para uma casa alugada pela embaixada brasileira em Rafah, perto da fronteira com o Egito.
No sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com o seu colega egípcio, Abdul Fattah al-Sisi, afirmando que os brasileiros seriam evacuados imediatamente. Os egípcios, no entanto, alegaram problemas de segurança devido aos bombardeios, o que demandava coordenação com Israel.
Os brasileiros deverão ser recolhidos por um avião Embraer-190 da Presidência, que foi deslocado para Roma e aguarda autorização para pousar no aeroporto de Al Arish, a 45 km de Rafah.
A saga do grupo começou no sábado retrasado (7), com os ataques terroristas do grupo palestino Hamas, que governa Gaza desde que expulsou seus rivais do Fatah, em 2007. A previsível reação israelense tornou-se a maior operação de guerra do país em 50 anos.
Neste sábado, os EUA afirmaram que haveria abertura para saída de estrangeiros de Gaza, mas isso não aconteceu, pois não houve acordo entre Cairo e Tel Aviv.
Segundo o embaixador brasileiro na Cisjordânia, Alessandro Candeas, o comboio dos brasileiros foi desfeito na última hora após aviso dado pelos israelenses, que controlam a “porta de saída” de Gaza, enquanto os egípcios operam a “de entrada” de seu país.
Candeas afirmou que isso motivou a decisão de levar os brasileiros para perto da fronteira.
“Assim que se abrir a janela os nossos brasileiros passarão e entrarão em segurança no Egito “, disse.