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Gaza: Israel avança em Rafah por todos os lados – 18/06/2024 – Mundo

Ataques aéreos do Exército de Israel nesta terça-feira (18) mataram pelo menos 17 palestinos nos campos de refugiados de Al-Nuseirat e Al-Bureij, na porção central da Faixa de Gaza, de acordo com médicos e moradores, que também relatam tanques israelenses avançado por todos os lados em Rafah, no sul do território.

Palestinos afirmam que pesados bombardeios de tanques e aviões atingiram várias áreas de Rafah, para onde centenas de milhares de pessoas se deslocaram antes de maio com o desenrolar da operação militar de Tel Aviv no norte e no centro de Gaza. À medida que a invasão aumenta na cidade do sul, parte da população foge novamente para o norte.

“Rafah está sendo bombardeada sem qualquer intervenção do mundo, a ocupação [Israel] está agindo livremente aqui”, disse um morador de Rafah e pai de seis filhos à Reuters via um aplicativo de mensagens.

Tanques operavam nesta terça dentro das áreas de Tel al-Sultan, Al-Izba e Zurub, no oeste de Rafah, assim como em Shaboura, no centro da cidade. Os blindados também continuaram a ocupar bairros e arredores a leste do local, além de áreas na fronteira com o Egito e o posto de controle de Rafah.

Nesta segunda (17), Israel disse ter destruído cerca de metade das forças do Hamas em Rafah e controlado de 60% a 70% da cidade, de acordo com a emissora qataria Al Jazeera.

Autoridades de saúde palestinas dizem que um homem foi morto de manhã por disparos israelenses no lado leste de Rafah. As equipes de resgate não conseguem, de acordo com médicos locais, acessar outras pessoas que teriam sido mortas na área.

O Exército israelense afirma que estava continuando a “atividade precisa baseada em inteligência” em Rafah, matando atiradores do grupo terrorista ao longo do dia em combates de curto alcance e apreendendo armamentos. A Força Aérea atingiu dezenas de alvos em toda a Faixa no último dia, acrescentaram os militares.

“A cada hora de atraso, Israel mata mais pessoas, queremos um cessar-fogo agora”, disse Khalil, 45, um professor de Gaza, agora deslocado com sua família na cidade de Deir al-Balah, no centro da Faixa.

O Exército de Israel não fez comentário sobre as 17 mortes relatadas, mas disse que as forças continuaram a operar contra facções terroristas em áreas centrais de Gaza.

Enquanto Tel Aviv segue com sua operação em Gaza, outros espaços de conflito se intensificam. O risco de uma escalada militar tanto no Líbano como na Cisjordânia ocupada preocupa observadores externos e mesmo aliados de Israel.

O enviado especial dos Estados Unidos ao Líbano, Amos Hochstein, disse nesta terça que Washington está tentando evitar uma guerra maior entre Tel Aviv e Beirute. Israel tem trocado ataques com o Hezbollah, grupo xiita com forte influência na política e na sociedade libanesa que apoia o Hamas e disputa há anos com Tel Aviv o controle de áreas na fronteira entre os países.

Na última quarta-feira (12), o Hezbollah fez o maior ataque contra território israelense desde o início da guerra em Gaza, em resposta à morte de um comandante em uma ofensiva localizada de Israel.

“Vimos uma escalada nas últimas semanas, e o que o presidente Biden quer é evitar uma escalada para uma guerra maior”, disse Hochstein. Ele se reuniu com o chefe do Exército libanês e com o presidente do Parlamento, Nabih Berri, que também lidera o Movimento Amal, legenda aliada do Hezbollah.

“Diplomática ou militarmente, de uma forma ou de outra, garantiremos o retorno seguro dos israelenses às suas casas no norte de Israel. Isso não está sujeito a negociação. O 7 de outubro não pode acontecer novamente em nenhum lugar de Israel ou em qualquer uma das fronteiras”, disse o porta-voz do governo israelense, David Mencer.

Há também as tensões na Cisjordânia ocupada e no leste de Jerusalém, onde a situação está “se deteriorando dramaticamente”, afirmou Volker Turk, alto-comissário para da ONU para os direitos humanos, na abertura de sessão do Conselho de Direitos Humanos da organização.

O avanço militar em Rafah ocorre um dia após o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, decidir dissolver o gabinete de guerra, formado no início da guerra em Gaza por membros da coalizão governista e da oposição.

As forças israelenses divulgaram no domingo (16) que fariam pausas diárias, das 8h às 19h do horário local, nos combates em uma das principais estradas da Faixa de Gaza, de modo a facilitar o fluxo de entrada de ajuda humanitária no território.

A área de trégua iria de Kerem Shalom, um posto fronteiriço no sul de Israel, à estrada de Salah Al-Din, em Gaza, e de lá até o norte, segundo os militares.

Fonte: Folha de São Paulo

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