A vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, afirmou que seu pai foi alvo de um ataque a tiros, neste domingo (16), data em que os colombianos celebravam o Dia dos Pais. A vítima, acompanhada de um de seus netos, saiu ilesa.
“Meu pai, meu sobrinho de 6 anos e dois homens de proteção [guarda-costas] sofreram um ataque na estrada Suárez-Cali (…), felizmente saíram ilesos”, afirmou Francia na rede social X.
Imagens divulgadas por meios locais mostram a caminhonete em que viajava Sigifredo Márquez, pai da vice-presidente, com marcas de tiros em uma das janelas e na parte traseira.
“Me dói o coração que justo neste dia tenham atentado contra meu pai”, disse Francia, a primeira mulher negra a ocupar a vice-presidência da Colômbia. Seus familiares foram levados em um helicóptero militar para a cidade vizinha de Cali.
O ataque ocorreu no sudoeste da Colômbia, de onde Márquez é natural. Rebeldes dissidentes do acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) controlam rotas de tráfico de drogas nesta região.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu “às autoridades para iniciar as investigações pertinentes”. “Um abraço de solidariedade para a vice-presidente”, declarou o líder esquerdista no X.
Antes de chegar à vice-presidência, em agosto de 2022, Francia Márquez foi uma ativista ambiental em seu departamento (estado) natal de Cauca. Lá foi alvo de um ataque com rajadas de fuzil, do qual saiu ilesa.
No início de 2023, a vice-presidente denunciou em duas ocasiões que a polícia havia encontrado explosivos nas rotas por onde iria se deslocar.
O governo suspendeu em março a trégua que havia pactuado com a maior facção dissidente das Farc no sudoeste do país, em resposta ao assassinato de um indígena.
Desde então, a região é cenário de intensos combates entre o Exército e os rebeldes, que têm realizado vários ataques com explosivos.
“As forças militares continuarão na ofensiva contra todas as estruturas que persistem na guerra e que continuam dificultando os caminhos da paz”, disse a Presidência em um comunicado.
Petro busca encerrar o conflito de seis décadas dialogando com vários grupos armados. A oposição de direita diz que essa política tem levado a uma deterioração da segurança pública.