Os professores que fazem parte da Associação de
Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp) decidiram nesta terça (10), por
maioria, suspender a greve na instituição. No entanto, a paralisação dos estudantes
continua, em protesto contra a falta de professores na universidade.
Uma assembleia dos alunos está marcada para esta
quarta-feira (11) para decidir sobre a manutenção ou não da greve.
Os professores reafirmaram apoio ao movimento
estudantil e decidiram que a mobilização continuará, incluindo a divulgação de
dados sobre a perda de docentes na universidade. Além disso, a Adusp enviou uma
carta à reitoria da USP pedindo que não haja retaliação aos docentes que
aderiram à greve.
A assembleia também resultou na decisão de que
os professores realizarão uma campanha para denunciar a política de contratação
docente que implica concorrência entre unidades e grupos de docentes. A nota
divulgada pela Adusp ressaltou a gravidade das consequências dessa política.
“Reafirmamos o apoio ao movimento e às pautas das e dos estudantes, e consideramos essencial que não haja qualquer tipo de retaliação pela adesão e defesa da greve”, diz um trecho da carta.
Em outro trecho, o movimento afirma que “a
assembleia geral da Adusp chama a atenção do conjunto do corpo docente da
universidade para as graves consequências da política de competição entre
unidades por claros docentes, implantada por meio dos mal chamados ‘editais de
mérito’”.
A greve estudantil, que começou em 18 de setembro, abrange cinco eixos de demandas: contratação de professores, aumento do auxílio para permanência estudantil, melhorias estruturais na USP Leste, promoção de vestibular indígena e valorização dos direitos estudantis.
A admissão de novos docentes é a questão mais debatida, com foco em três exigências principais, incluindo o retorno do gatilho automático para a contratação de professores.
A suspensão da greve pelos professores, no entanto, não necessariamente indica uma decisão semelhante por parte dos estudantes, de acordo com Davi Bomfim, um dos diretores do movimento, uma vez que ainda existem opiniões divergentes entre os grevistas.
Uma exceção foi observada nos alunos da Escola Politécnica, que encerraram a greve na última sexta (6) após a reitoria se comprometer a contratar 148 professores temporários para cursos com maior carência docente.