Bombardeios de Israel na Faixa de Gaza mataram quatro jornalistas palestinos nesta terça-feira (10), dizem autoridades locais. De acordo com o Sindicato Palestino de Imprensa, as novas mortes elevam para oito o número de profissionais do território vítimas do conflito que começou no último sábado (7).
Mais cedo, o Sindicato de Jornalistas de Gaza havia anunciado “o martírio de três jornalistas da Faixa de Gaza na agressão israelense em curso”. O Gabinete de Imprensa de Gaza, controlado pelo grupo extremista palestino Hamas, informou que três das vítimas são Said al Taweel (diretor da agência de notícias Al-Khamisa), Mohammed Sobboh (fotógrafo), e Hisham Nawajhah (correspondente de uma agência de notícias local).
Segundo o diretor do Gabinete de Imprensa, Salameh Maarouf, os três morreram enquanto cobriam o esvaziamento de um prédio residencial perto do porto de pesca da Cidade de Gaza.
Após um morador das proximidades receber um alerta do Exército israelense sobre um ataque iminente, os jornalistas se afastaram várias dezenas de metros do edifício, de acordo com um correspondente da agência de notícias AFP. Segundo testemunhas, porém, o bombardeio atingiu outro edifício, mais perto de onde eles estavam.
A diretora do comitê de mulheres repórteres do sindicato, Salam Khalil, foi a quarta vítima, segundo a organização. Ela morreu junto com o marido e os filhos, quando sua casa no norte da Faixa de Gaza foi atingida por um bombardeio israelense “traiçoeiro”.
Outros quatro profissionais da imprensa morreram no fim de semana —Asad Shamlakh, Ibrahim Mohammad Lafi, Mohammad Jarghoun e Mohammad El-Salhi. Há ainda dois cinegrafistas desaparecidos e outros dez profissionais feridos.
“Apelamos a todas as partes para que se lembrem de que jornalistas são civis e não devem ser alvos. Reportagens precisas são importantes em tempos de crise e a mídia tem um papel vital a desempenhar na divulgação de notícias de Gaza e de Israel ao mundo”, afirmou o Comitê para a Proteção dos Jornalistas.
A região do Oriente Médio está em uma espiral de violência desde o último sábado (7), quando combatentes do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, se infiltraram no território israelita em uma ofensiva sem precedentes na história do país.
O conflito já deixou mais de 1.600 mortos dos dois lados até a tarde desta terça, a maior parte formada por civis. As forças israelenses têm feito ataques diários contra alvos em Gaza, e a expectativa é que o número de vítimas aumente nas próximas semanas —no domingo, o premiê Binyamin Netanyahu falou que o conflito seria “longo e difícil”.