Israel diz ter retomado o controle de comunidades no sul, perto da Faixa de Gaza, que haviam sido invadidas pelo movimento palestino do Hamas no último sábado (7), durante o maior ataque da região em décadas. Confrontos isolados, porém, continuam, e ainda pode haver homens armados nos locais, disse um porta-voz militar nesta segunda-feira (9).
“Agora estamos realizando buscas em todas as comunidades e limpando a área”, disse o contra-almirante Daniel Hagari em um comunicado na televisão. Anteriormente, outro porta-voz, o tenente-coronel Richard Hecht, reconheceu que Israel estava levando mais tempo do que o esperado para voltar a uma postura defensiva e que ainda havia “sete ou oito” lugares onde aconteciam combates.
Durante a noite, Israel realizou mais de 500 ataques aéreos e de artilharia. Em dois dias de guerra, mais de 1.100 pessoas morreram —700 em solo israelita e mais de 400 na Faixa de Gaza. Há ainda cerca de 100 pessoas capturadas por combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica, entre militares e civis.
A situação parece estar longe de ser apaziguada. Também nesta segunda, o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, ordenou um “cerco total” à Faixa de Gaza. “Nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás. Tudo bloqueado”, disse Gallant em um vídeo, referindo-se a esse território palestino habitado por 2,3 milhões de pessoas. “Estamos lutando contra animais humanos e agindo de acordo”, continuou.
No sábado, cerca de mil combatentes do grupo extremista palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançaram aproximadamente 5.000 foguetes e entraram por terra, mar e ar em Israel. O premiê Binyamin Netanyahu, cujo governo é o mais à direita da história do país, declarou guerra horas depois e disse que a facção pagará “um preço sem precedentes”
Após o ataque, Israel convocou um número recorde de 300 mil reservistas, disse um porta-voz militar nesta segunda. O número sugere preparativos para uma possível invasão, embora tais planos não tenham sido oficialmente confirmados. “Nunca recrutamos tantos reservistas em tal escala”, disse Hagari. “Vamos para a ofensiva.”