Israelenses e palestinos passaram o domingo (8) contabilizando vítimas, preparando-se para ofensivas e externando preocupações com os rumos da guerra iniciada no dia anterior. A ação terrorista do grupo fundamentalista Hamas foi o maior ataque a Israel em 50 anos, com incursões por terra, ar e água —que geraram críticas à inteligência de Tel Aviv.
Na ONU, antes de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança, o embaixador israelense definiu os ataques como “o 11 de Setembro” do país, e o representante palestino afirmou que teme que um endosso do colegiado ao direito de defesa de Israel signifique uma licença pra matar palestinos em Gaza, região controlada pelo Hamas.
No sábado, o ataque surpresa lançou mais de 5.000 foguetes e incluiu o sequestro de civis e militares, além de massacres indiscriminados. A ação, segundo o Hamas, foi motivada por “ataques crescentes” de Israel contra os palestinos e deixou pelo menos 700 mortos; mais de 100 israelenses são hoje reféns.
Como resposta, o criticado governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu lançou bombardeios em Gaza —que resultaram em mais de 400 mortes— e lançou um plano para retirar civis das regiões de fronteira. O movimento pode ser visto como preparação para uma incursão por terra em território palestino.
Segundo o Itamaraty, são pelo menos três brasileiros desaparecidos e mais de mil interessados em ajuda para deixar a região.
No episódio desta segunda (9), o Café da Manhã conversa com o jornalista Diogo Bercito, especializado em estudos árabes e ex-correspondente da Folha em Jerusalém, sobre as motivações para o maior ataque contra Israel em 50 anos. Ele também analisa o que esperar dessa nova rodada de conflito no Oriente Médio.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelo jornalista Gustavo Simon, com produção de Victor Lacombe. A edição de som é de Laila Mouallem.