O governo brasileiro avalia neste domingo (8) um plano de repatriação de cidadãos do país que estão em Israel e na Palestina, após os ataques iniciados no sábado (7) pelo grupo extremista Hamas.
A FAB (Força Aérea Brasileira) tem quatro aviões à disposição do governo Lula (PT) para o resgate. Os planos de voo já foram acertados e serão apresentados pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, em reunião.
Participam da reunião a ministra interina das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha, o assessor especial da Presidência Celso Amorim e o próprio Múcio.
A reunião foi convocada no sábado (7). Múcio e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, estavam em voo rumo à Suécia, com escala em Cabo Verde, para uma série de reuniões sobre os caças Gripen.
O ministro recebeu uma ligação do Palácio do Planalto com a convocação da reunião, e o avião deu meia-volta já sobrevoando território africano para voltar a Brasília.
Segundo o Itamaraty, um brasileiro foi ferido durante os ataques em Israel. Ele recebe tratamento hospitalar no país. O governo brasileiro não sabe o paradeiro de outros dos brasileiros.
Um dia após Israel sofrer o pior ataque em 50 anos e revidar com bombardeios na Faixa de Gaza, o número de mortos nos dois lados aumentou para 663 neste domingo (8), de acordo com autoridades. Novas explosões foram registradas, e o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, anunciou a retirada de milhares de pessoas que moram próximas do território controlado pelo grupo extremista Hamas.
Em Gaza, ao menos 313 pessoas, incluindo 20 crianças, foram mortas nas ações israelenses. Outras 2.000 ficaram feridas, de acordo com o ministério da Saúde palestino. Em Israel, o número de mortes chegou a 350 e o de feridos, a 2.048. Mais sete pessoas morreram na Cisjordânia.
Cerca de mil combatentes do Hamas, facção que controla a Faixa de Gaza, se infiltraram por terra, mar e ar em solo vizinho no sábado (7). A ação, sem precedentes, foi acompanhada dos disparos de milhares de mísseis contra Israel. Neste domingo, após Netanyahu declarar guerra, o conflito alastrou-se: militares israelenses relataram que mais morteiros foram disparados do Líbano contra o norte do país.
O grupo armado Hizbullah assumiu a autoria dos ataques e manifestou “solidariedade” ao povo palestino. A ação teve como alvo três postos militares nas Fazendas Shebaa, uma fatia de terra ocupada por Israel desde 1967 que o Líbano reivindicou como sua.