O movimento libanês Hizbullah informou neste domingo (8) que lançou um grande número de granadas e mísseis contra posições israelenses em uma zona de fronteira disputada entre os dois países. A ação teve como alvo três postos militares nas Fazendas Shebaa, uma fatia de terra ocupada por Israel desde 1967 que o Líbano reivindicou como sua.
As forças israelenses responderam com ataques de artilharia contra o Líbano e uma ofensiva de drones a um posto do Hizbullah próximo da fronteira. Não houve relatos de vítimas.
Segundo o Hizbullah, o ataque foi uma demonstração de apoio à ofensiva deflagrada no sábado (7) pela facção extremista Hamas, a partir da Faixa de Gaza, contra Israel. Os ataques, os piores em 50 anos, deixaram centenas de israelenses e palestinos mortos.
“Nossa história, nossas armas e nossos mísseis estão com vocês. Tudo o que temos está com vocês”, afirmou Hashem Safieddine, um alto funcionário do Hizbullah, em solidariedade aos combatentes palestinos. Contudo, o movimento não se juntou oficialmente aos ataques do Hamas contra Israel.
De acordo com agentes de paz da ONU no Líbano, que tiveram de buscar abrigo devido à escalada de tensão na região, a situação na fronteira com Israel é “volátil, mas estável”.
A milícia libanesa Hizbullah (partido de Deus, em árabe) surgiu em 1985 como um movimento de resistência a Israel, que àquela época ocupava o sul do Líbano. O grupo libanês tem laços estreitos com o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e ambos os movimentos recebem armamento e inteligência do Irã.
O porta-voz do Exército israelense, Richard Hecht, alertou o Hizbullah para não intervir no conflito com o Hamas. “Se o fizer, estamos prontos”, disse ele.
Israel e o Hizbullah travaram uma guerra devastadora em 2006 que deixou mais de 1.200 mortos no Líbano, a maioria deles civis, e 160 mortos no lado israelense, em grande parte militares.
Um dia após Israel sofrer o pior ataque em 50 anos e revidar com bombardeios na Faixa de Gaza, o número de mortos nos dois lados aumentou para 663 neste domingo (8), de acordo com autoridades.
Em Gaza, ao menos 313 pessoas, incluindo 20 crianças, foram mortas nas ações israelenses. Outras 2.000 ficaram feridas, de acordo com o ministério da Saúde palestino. Em Israel, o número de mortes chegou a 350 e o de feridos, a 2.048. Mais sete pessoas morreram na Cisjordânia.
Novas explosões foram registradas em Gaza, e o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, anunciou a retirada de milhares de pessoas que moram próximas do território controlado pelo grupo extremista Hamas.
Cerca de mil combatentes do Hamas, facção que controla a Faixa de Gaza, se infiltraram por terra, mar e ar em solo vizinho no sábado (7). A ação, sem precedentes, foi acompanhada dos disparos de milhares de mísseis contra Israel.