O Ceará registrou, no último mês de setembro, 12.007 focos de calor em 179 municípios, conforme dados de dez satélites. As informações estão no novo relatório da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Juntos, esses municípios concentraram, aproximadamente, 25% das ocorrências registradas no Ceará.
Segundo o documento, as maiores concentrações foram nas seguintes cidades:
- Icó (1.222 focos)
- Sobral (521)
- Saboeiro (518)
- Ibiapina (401)
- Acopiara (388)
Na segunda quinzena de setembro foi detectado aumento expressivo dos registros de focos, principalmente na região sul do estado. A Funceme afirmou que o final de setembro foi marcado por recordes de detecções, sendo 991 focos no dia 28, 1.073 focos dia 29 e 1.475 focos no dia 30.
Os dados de satélites, provenientes da plataforma do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), são processados pela Funceme com intuito de quantificar e espacializar os focos de calor sobre áreas de interesse, a fim de subsidiar ações de contingência da Coordenadoria Estadual e das coordenadorias municipais de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros no enfrentamento de combate às queimadas irregulares e incêndios florestais.
‘A Funceme utiliza informações de todos os satélites de monitoramento a fim de detectar qualquer indício de fogo sobre a vegetação. Embora, ao utilizar dados de todos os satélites, pode haver uma superestimativa na contagem de focos de calor. Isso ocorre porque um episódio de queimada pode ser detectado por vários satélites em horários de passagem diferentes, especialmente se a queimada for de grande proporção e longa duração, como um evento de incêndio florestal, por exemplo”, explica Frank Baima, pesquisador da Funceme.
Pouca chuva e baixa umidade
Conforme os dados das estações automáticas da Funceme e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no mês de setembro, foram registradas temperaturas máximas em torno de 40?°C, destacando-se municípios como Barros, Jaguaribe e Crateús. Quanto à umidade relativa do ar mínima, é relevante mencionar os valores registrados nos municípios de Iguatu e Jaguaribe, com percentuais de 14% e 15%, respectivamente.
Entre os principais fatores que influenciam no elevado número de focos de calor identificados em setembro estão o baixo volume de chuva, as altas temperaturas e baixo índice de umidade relativa do ar. A Funceme destaca que os ventos estiveram mais intensos na faixa litorânea e nas regiões serranas, por exemplo.
“Essas condições de tempo quente e seco favorecem a propagação das queimadas na vegetação, o que, por consequência, muitas das vezes propicia o início de incêndios florestais”, finaliza o pesquisador.