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Direita perde chance de conquistar poder na Espanha e reabre caminho para socialistas – 29/09/2023 – Mundo

Como esperado, Alberto Núñez Feijóo, líder do PP (Partido Popular), não conseguiu alcançar nesta sexta (29) a maioria necessária para se tornar o próximo primeiro-ministro da Espanha. A segunda votação de sua investidura ao cargo no Congresso dos Deputados acabou com nova derrota.

Na quarta, era necessário que Feijóo atingisse maioria absoluta, metade dos 350 deputados mais um, ou seja, 176 votos. Nesta sexta, bastava uma maioria simples, o que poderia ter ocorrido caso houvesse abstenções de quem havia votado contra na quarta.

Termina assim o sonho da direita de chegar ao poder no país que é dirigido pelos socialistas desde 2018 —ao menos por ora. Apesar de ter sido o partido mais votado nas últimas eleições gerais, em 23 de junho, o PP não conseguiu transformar sua liderança em maioria na Câmara.

Agora, o rei Filipe 6º fará uma rodada de conversas com os partidos políticos e deverá indicar o atual premiê Pedro Sánchez, do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) para que faça sua tentativa.

A investidura de Sánchez deve acontecer nas próximas semanas. Caso nenhum líder seja eleito pelos deputados nos próximos dois meses, novas eleições nacionais serão marcadas, possivelmente no fim do ano.

A votação desta sexta começou às 13h41 (8h41 em Brasília), uma vez que o rito espanhol prevê que ela deve acontecer 48 horas depois da primeira tentativa.

Assim, às 12h15, Feijóo subiu à tribuna para um discurso de 10 minutos, no qual voltou a criticar a anistia aos separatistas catalães, e, mais uma vez, desafiou Sánchez a subir à tribuna, já que o socialista preferiu enviar aliados a se expor ao que considerou “uma perda de tempo”.

O desafio de Sánchez, agora, é maior do que foi até agora. Em primeiro lugar, vai negociar detalhes da anistia de membros do Junts, que foram presos e sofrem processos administrativos após autoproclamarem a independência da Catalunha em 2017.

Mas, nos últimos dias, o Junts se uniu à ERC (Esquerda Republicana da Catalunha) para uma nova exigência a Sánchez: que a comunidade autônoma possa fazer um referendo perguntando ao povo catalão se ele aprova ou não a independência. É um ponto mais complexo porque hoje a Constituição veta tal possibilidade.

Como na terça e na quarta-feira, os nove grupos parlamentares do Congresso fizeram discursos de apoio ou crítica, desta vez de apenas cinco minutos cada, antes da votação final.

Fonte: Folha de São Paulo

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