A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) iniciou, nesta quinta-feira, 28, as investigações para apurar a morte da jovem Fernanda Silva Valoz da Cruz Pinto, de 27 anos. Ela faleceu no dia 4 de agosto, e o laudo do Instituto Médico Legal confirmou ontem que a causa da morte foi por envenenamento.
Ao Fique Alerta, o delegado Lucimério Campos afirmou que o caso estava no 1º Distrito Policial e agora foi redistribuído para a DHPP após a divulgação do laudo.
“Hoje mesmo a equipe já foi às ruas para colher mais informações, verificar todas as procedências dos informes iniciais, trazidos principalmente por iniciativa da família, que ajudou a investigação, tendo em vista que, se o corpo tivesse sido enterrado sem esses exames feitos pelo IML, o prejuízo para o caso teria sido muito maior”.
As autoridades reconhecem que houve prejuízo no tempo de investigação, já que a mulher morreu há quase dois meses.
“Temos um intervalo de tempo já bastante grande, há um prejuízo em relação até às imagens (câmeras), mas há outras formas da polícia conseguir esclarecer os pontos necessários para que a gente dê um encaminhamento para que, de fato, esclareça para a família e para a sociedade se foi um envenenamento por um bombom, se ela passou em outro canto e consumiu outra comida. Tudo isso está sendo levado em consideração nessas diligências iniciais e certamente a família, que já está nas oitivas, vai trazer mais informações importantes”.
Família fez B.O. e pediu o laudo – Segundo boletim de ocorrência registrado na Central de Flagrantes da Polícia Civil pela família de Fernanda Valoz, a vítima teria passado mal no dia 3 de agosto deste ano, apresentando dores estomacais, vômito, sangramento pelo nariz, e salivação excessiva expelida pela boca. Ela foi levada às pressas para a Santa Casa de Misericórdia, vindo a falecer na madrugada do dia seguinte. Segundo as informações iniciais, a vítima teria contado que havia recebido um bombom de chocolate de uma suposta cigana no Centro de Maceió e que, após comê-lo no mesmo dia, passou mal.
“A história inusitada por si só traz certa dificuldade para a investigação. Estamos partindo apenas da vítima, não temos relação dela com outra pessoa. Porque se em tese essa figura da cigana existia, é uma pessoa que não tinha vínculo com ela. Isso traz certa dificuldade, teremos que esclarecer os pontos. O intervalo do tempo de quase dois meses traz um prejuízo, pois a investigação do homicídio começa no local do crime, e nós não estivemos lá. Vamos fazer todos os esforços para compensar essa perda de informações e dar uma solução ao caso”, explicou Lucimério.
A família de Fernanda informou que ela sofria de úlcera e gastrite, cujos sintomas podem ser semelhantes a casos de intoxicação alimentar. Por esses outros motivos alegados pelos familiares, como a suspeita de um possível envenenamento intencional, o óbito de Fernanda Valoz foi registrado como morte a esclarecer, sendo o corpo dela transferido do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) para o IML da Capital, o que gerou a investigação e o resultado do laudo como consequência.
“O laudo não diz exatamente qual foi o alimento que ela ingeriu e tinha essa substância maléfica. Pode ser que essa substância seja outra. O laudo só diz que existia aquele produto químico que causou o envenenamento. Cabe à investigação descobrir se de fato é um bombom, se é um outro tipo de alimento, ou se foi uma contaminação por outros meios. Isso tudo está em aberto. A investigação vai procurar revelar todas essas dúvidas”, disse o delegado.
Segundo Lucimério Campos, a informação é que o veneno seria um tipo de agrotóxico utilizado para abater pragas da agricultura. “Ainda não está claro para a gente. O que me foi dito pelo 1º DP é que tratava-se de um pesticida, não há a expressão ‘chumbinho’, que é o veneno mais comum que a gente ouve falar no dia a dia”.
A Polícia Civil vai ouvir os familiares e agora tem 30 dias para concluir o inquérito policial.