Por meio de nota técnica emitida nesta quarta-feira (16), o Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recomendou o retorno do uso de máscaras em ambientes fechados e em aglomerações. A nota é assinada pela diretora do Needier, a pesquisadora Terezinha Castiñeiras.
Apesar de justificar a medida alegando precaução contra “uma nova onda de covid-19”, a nota técnica não cita qualquer evidência científica que assegure a eficácia do uso de máscaras contra a disseminação do vírus chinês.
“Julgamos prudente alertar ao corpo social da universidade e recomendar o uso adequado de máscaras em ambientes fechados e em contextos de aglomeração humana, assim como higienização frequente das mãos. Cabe ressaltar a importância da testagem em caso de surgimento de sintomas respiratórios ou contato próximo com caso de covid-19”, diz um trecho da nota.
O Needier adotou a medida depois da divulgação dos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que apontam para o registro de, aproximadamente, 1,5 milhão de casos da doença causados pela nova subvariante (BA.6) em alguns países, sem relatos de mortes.
Apesar dos alardes de autoridades sanitárias e “especialistas”, ainda não é possível afirmar se a BA.6 oferece grandes riscos ou se seguirá características de subvariantes anteriores, que demonstraram mais poder de contágio e baixa letalidade.
Além das incertezas sobre a mais nova subvariante, a UFRJ ignora inúmeros estudos científicos que apontam para a ineficácia do uso de máscara no combate à disseminação do vírus.
Em setembro do ano passado, a revista científica Trials, pertencente ao grupo Springer Nature, reanalisou o mais rigoroso estudo já feito a respeito da eficácia das máscaras para barrar ou diminuir a transmissão do vírus da covid-19.
Ao fim da reanálise, os pesquisadores concluíram que não se pode afirmar que o uso de máscaras teve um efeito significativo, ao contrário do que se concluiu no estudo original.
Conforme noticiado pela Gazeta o Povo, a Cochrane, respeitada organização médica, revisou 67 estudos a respeito e concluiu que as máscaras fazem pouca ou nenhuma diferença na quantidade de pessoas que se infectam com doenças respiratórias como a covid. O estudo da Cochrane é de novembro de 2021.
Meses antes, um estudo dinamarquês, publicado na Annals of Internal Medicine, envolveu quase cinco mil pessoas e não encontrou diferença nas infecções por Covid entre o grupo com máscara e o grupo sem máscara.
Em seu site, o Institute Brownstone – ONG que tem como colaboradores profissionais da saúde e especialistas de diversas áreas, incluindo direito e economia – listou 170 estudos comparativos e artigos sobre a ineficácia das máscaras, além de danos causados pelo uso excessivo do equipamento.
A lista está disponível no site do instituto desde dezembro de 2021.
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