Domingo, dia 10, encerrando a viagem pela Ásia com coletiva no Vietnã, Joe Biden pareceu cansado e não muito coerente. “Vou dizer uma coisa, não sei sobre vocês, mas eu vou para a cama”, chegou a brincar, sem sair. Até que se perdeu, ao ser questionado sobre a conversa com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.
Na transcrição da Casa Branca: “Nós conversamos sobre garantir que o Terceiro Mundo, o, desculpe, Terceiro Mundo, o, o, o Hemisfério Sul tivesse acesso a mudança, tivesse acesso, nós, não foi de forma alguma um confronto, ele veio até mim, ele disse (inaudível)”. A porta-voz Karine Jean-Pierre o cortou: “Obrigado a todos. Isso encerra a coletiva“.
New York Post e outros exploraram amplamente. E o New York Times tentou defendê-lo, afirmando que a “coletiva de Biden inflama seus oponentes” mas a Casa Branca responde que “histórias sobre a idade e a saúde do presidente são alimentadas pelos seus inimigos num esforço para minar as suas realizações”.
Porém um colunista de política externa do Washington Post, David Ignatius, havia chegado ao limite e publicou: “Presidente Biden não deve concorrer de novo em 2024” (imagem acima). Em suma, ele carrega “dois grandes passivos”, a idade com que assumiria o segundo mandato, 82 anos, e a vice Kamala Harris.
“Seria uma escolha sábia para o país”, escreveu Ignatius, num apelo quase pessoal: “Espero que Biden tenha essa conversa consigo mesmo”. O que importa, como há quatro anos, é encontrar “a melhor pessoa para parar Donald Trump”. Se insistir, Biden “corre o risco de desfazer sua maior conquista –que foi impedir Trump”.
Mais do que o início do processo de impeachment na Câmara e o avanço na ação contra seu filho na Justiça, foi a coluna que acabou com a semana de Biden, destacou o NYT, descrevendo Ignatius como “um de seus colunistas preferidos”. Seu apelo foi apoiado no domingo (17) pela colunista do NYT Maureen Dowd.
Jesse Watters, que ficou no lugar de Tucker Carlson na Fox News, foi além, chamando Ignatius de “mordomo da CIA” e dizendo que “a mensagem é clara: agora é oficialmente aceitável, para o establishment democrata na mídia, exortar respeitosamente o presidente a anunciar que não vai buscar um segundo mandato”.
COVID DIVIDIU O MUNDO
“Mundo decepcionado com a ONU”, destaca a Bloomberg, dizendo que “muitos países começam a procurar noutras partes para fazer algo em relação aos problemas globais”. Nesta semana, “Biden é o único líder com direito a veto no Conselho de Segurança a comparecer”.
Países que “há muito buscavam reformar a ONU agora olham além dela”, como “Índia e Brasil, que estão direcionando mais a sua energia para o Brics”. Para a Bloomberg, “muito do problema se originou na crise da Covid, quando os países pobres se sentiram abandonados pelos ricos, que fecharam o acesso às suas vacinas”.
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