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Naufrágio na costa do Iêmen deixa 49 mortos, afirma ONU – 11/06/2024 – Mundo

Ao menos 49 migrantes morreram e outros 140 estão desaparecidos após uma embarcação naufragar na costa do Iêmen, anunciou nesta terça-feira (11) a OIM (Organização Internacional para as Migrações). De acordo com autoridades, a maior parte das vítimas é de mulheres.

O barco zarpou da Somália no domingo (9) e transportava 260 migrantes no total, entre eles somalis e etíopes, segundo a agência da ONU. Em um primeiro momento, uma autoridade iemenita havia divulgado o número de 38 mortos, mas o número vem aumentando conforme as buscas avançam.

Testemunhas afirmaram que a embarcação virou na segunda (10) em uma região próxima de Alghareef Point, na província iemenita de Shabwah. Entre os mortos estão 31 mulheres e seis crianças, disse a OIM.

“Essa tragédia é mais um lembrete da necessidade de trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios urgentes da migração e garantir a segurança nas rotas migratórias”, disse Mohammedali Abunajela, porta-voz da OIM. O mar na costa do Iêmen constitui uma das rotas mais movimentadas e perigosas do mundo.

A OIM contabiliza desde 2014 ao menos 1.860 mortes e desaparecimentos no trajeto que vai da África Oriental e do Chifre da África aos países do Golfo. Quase 500 óbitos foram resultados de afogamento.

“Muitas vezes dependendo de contrabandistas para viajar, os migrantes correm frequentemente um risco adicional, incluindo o de tráfico de seres humanos, durante a perigosa viagem de barco até as costas do Iêmen”, acrescentou Abunajela.

Todos os anos dezenas de milhares de migrantes da região do Chifre da África que tentam fugir dos conflitos, dos desastres naturais e da pobreza, arriscam as vidas em viagens pelo mar Vermelho para tentar chegar aos países do Golfo.

O objetivo de muitos é chegar a países mais ricos, como Arábia Saudita ou Emirados Árabes Unidos, para trabalhar no setor de construção civil ou de serviços. Segundo as Nações Unidas, ao menos 97 mil migrantes chegaram ao Iêmen vindos do Chifre da África no ano passado.

As pessoas que conseguem chegar ao território iemenita, entretanto, enfrentam mais problemas, já que este é o país mais pobre da península arábica e cenário de uma guerra civil há uma década.

Em agosto, a organização Human Rights Watch acusou militares de fronteira sauditas pelas mortes de centenas de migrantes etíopes que tentaram entrar no país entre março de 2022 e junho de 2023. As vítimas teriam partido do Iêmen. Riad rebateu o relatório e afirmou que as conclusões não eram confiáveis.

Tragédias envolvendo migrantes na região são frequentes. Em abril, duas embarcações naufragaram na costa do Djibuti e dezenas de pessoas morreram. No ano passado, a OIM registrou pelo menos 698 mortes na rota migratória.

Fonte: Folha de São Paulo

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