O Hamas, grupo terrorista palestino que controla a Faixa de Gaza, disparou neste domingo (26) foguetes em direção a Tel Aviv pela primeira vez em quatro meses. Sirenes de alerta soaram na capital econômica de Israel, e residentes tiveram de correr para buscar abrigo em bunkers. Não há relatos de feridos.
O Exército israelense identificou oito projéteis disparados de Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza, a cerca de cem quilômetros de Tel Aviv. Ainda segundo o Exército, a maior parte dos projéteis foi interceptada.
De acordo com o jornal israelense Haaretz, fragmentos de foguetes caíram sobre cidades na região central de Israel. O telhado de uma casa na cidade de Herzliya foi danificado pelos destroços.
A ação demonstra que o Hamas continua com capacidade de lançar ataques de longa distância mais de sete meses depois do início da guerra. O conflito teve início com o mega-ataque terrorista de 7 de outubro, que deixou cerca de 1.200 mortos no sul de Israel.
Ainda neste domingo, bombardeios israelenses deixaram mais de 35 mortos e dezenas de feridos no bairro de Tel al-Sultan, no oeste de Rafah, de acordo com autoridades locais ligadas ao Hamas.
A região bombardeada abriga milhares de palestinos deslocados em meio a uma ofensiva terrestre do Exército israelense na parte leste de Rafah.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha informou que seus hospitais de campanha em Rafah estavam recebendo um “grande número de pacientes” atingidos pelos ataques aéreos.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram socorristas tentando apagar chamas em tendas. Um vídeo mostra um homem segurando uma criança decapitada com chamas ao fundo; as imagens não puderam ser verificadas de forma independente.
O governo israelense afirmou que a sua Força Aérea atingiu uma base do Hamas em Rafah e que o ataque havia sido conduzido com “munição precisa e com base em inteligência precisa”. Tel Aviv disse ainda que o ataque matou o chefe de gabinete do Hamas para a Cisjordânia e um outro oficial de alta patente responsável por ataques contra israelenses.
“As Forças de Defesa de Israel estão cientes de relatos que indicam que vários civis na região foram machucados como resultado do bombardeio e do incêndio subsequente. O incidente está sendo investigado”, disse o Exército israelense, em comunicado.
Na sexta-feira (24), a Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal órgão legislativo das Nações Unidas, com sede em Haia, ordenou que Israel interrompa imediatamente os ataques em Rafah.
No entanto, o tribunal não tem meios de fazer valer as suas decisões, e Tel Aviv vem dando continuidade aos ataques na cidade com a justificativa de que o local abriga os últimos batalhões ativos do Hamas.
Quase 36 mil palestinos morreram na Faixa de Gaza desde o início da guerra, de acordo com as autoridades do Hamas.