Israel determinou, neste sábado (11), que palestinos em mais bairros de Rafah, no sul de Gaza, dirijam-se ao que os israelenses descrevem como uma “área humanitária expandida” em Al-Mawasi.
A ordem indica que as forças pretendem dar seguimento a seus planos de ataque terrestre à cidade que, concentrando cerca de 1,5 milhões de gazenses —mais da metade da população de 2,3 milhões de toda a faixa antes da guerra—, era considerada o último refúgio do conflito.
O Exército de Tel Aviv disse que, até agora, cerca de 300 mil moradores de Gaza se deslocaram para Al-Mawasi. O governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu argumenta que não pode vencer a guerra sem eliminar milhares de combatentes do Hamas que, segundo ele, estão em Rafah, misturados ao restante da população.
Na sexta-feira (10), altos funcionários da ONU tinham afirmado que 30 mil pessoas fogem da cidade na fronteira com o Egito por dia. No total, mais de 110 mil já a teriam deixado em busca de refúgio em outras áreas do território palestino.
Na mesma data, tanques israelenses capturaram a principal estrada que divide as seções leste e oeste de Rafah na sexta, num ataque que levou Washington a suspender o envio de parte da ajuda militar a seu aliado.
Então, a Casa Branca disse estar observando as operações israelenses “com preocupação”, mas acrescentou que elas pareciam limitadas a uma entrada de Rafah e não representavam uma invasão de grandes proporções.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pausou o envio de armas para Israel na semana passada para evitar que armas americanas sejam usadas em um possível ataque à cidade. Esta semana, sua administração admitiu que o uso de armas fornecidas pelos EUA pode ter levado a violações do direito humanitário internacional durante a operação em Gaza, na mais forte crítica de Washington a Tel Aviv até o momento.
Enquanto isso, em uma postagem na rede social X, um porta-voz militar pediu aos moradores e deslocados da área de Jabalia, no norte de faixa, e em outras 11 localidades no território palestino que se dirijam imediatamente para os abrigos a oeste da Cidade de Gaza.
De acordo com a agência de notícias palestina Wafa, 24 palestinos foram mortos durante a noite depois que jatos israelenses atacaram vários locais na área central de Gaza.
Neste sábado (11), o Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao grupo terrorista Hamas, atualizou a contagem de óbitos de palestinos desde o início da ofensiva militar israelense na faixa para 34.971. Outros 78.641 estariam feridos.
A guerra foi desencadeada por um ataque liderado pelo grupo terrorista Hamas no sul de Israel, que deixou 1.200 mortos e mais de 250 reféns.
Os bombardeios de Israel em Gaza devastaram o território e levaram a uma grave crise humanitária e fome generalizada a ele.