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Trump ordenou pagamento de atriz pornô, diz seu ex-aliado – 13/05/2024 – Mundo

Ex-advogado de Donald Trump, Michael Cohen afirmou nesta segunda-feira (13) que o republicano autorizou pessoalmente o pagamento de US$ 130 mil a uma atriz pornô para que ela não revelasse que tinha tido uma relação sexual com o então presidenciável durante sua campanha em 2016.

A declaração foi feita quando Cohen depunha no julgamento contra o ex-presidente dos Estados Unidos em um tribunal de Nova York, em Manhattan, numa sessão que continuará nesta terça-feira (14).

Na ação, Trump é acusado de falsificar os registros financeiros de uma de suas empresas para ocultar o pagamento à atriz em questão, Stormy Daniels. Segundo a promotoria de Nova York, Cohen teria seguido ordens de seu ex-chefe ao tirar do próprio bolso o dinheiro para pagar pelo silêncio da atriz e depois, já durante o mandato do republicano na Casa Branca, ser reembolsado.

Cohen, 57, era um dos aliados mais próximos de Trump e chegou a afirmar que tomaria um tiro pelo republicano. Mas depois que foi condenado por, entre outros, o pagamento a Daniels, em 2018, tornou-se um dos mais eloquentes críticos do ex-presidente, atacando-o com frequência nas redes sociais e em programas de entrevistas.

Seu depoimento era um dos mais esperados do julgamento. Nele, o advogado afirmou que descobriu que Daniels estava ameaçando revelar seu caso com Trump em um momento crítico da campanha, quando uma gravação de áudio em que o empresário se gabava de beijar mulheres e agarrar suas partes íntimas à força tinha acabado de vazar para a imprensa.

Cohen contou que a reação de Trump à divulgação do áudio foi de desespero. O republicano teria dito que aquilo era um “desastre total” para a campanha e que as mulheres o odiariam.

Foi nesse contexto, prosseguiu o advogado, que ocorreu o pagamento a Daniels. “Ele não estava pensando na Melania [esposa de Trump]”, disse.

As declarações de Cohen contradizem o argumento da defesa de que a propina buscava proteger a família do ex-presidente do constrangimento. E têm potencial de mudar os rumos do julgamento.

Isso porque, se o júri for convencido de que o objetivo da falsificação dos registros contábeis de Cohen era promover ou ocultar outro crime —no caso, influenciar o pleito de forma ilegal—, o delito se torna mais grave.

Cohen ainda rejeitou a afirmação da defesa do ex-presidente de que tinha agido por conta própria. “Tudo precisava do aval de Trump”, disse. Ele afirmou que a princípio tinha resistido a usar o próprio dinheiro para pagar Daniels, mas acabou cedendo.

Trump ouviu a maior parte do depoimento de olhos fechados, de acordo com relato do jornal The New York Times.

A defesa do ex-presidente afirma que Cohen é um mentiroso e que o júri não pode confiar em seu testemunho (o advogado de fato admitiu ter mentido sob juramento várias vezes). Também diz que Trump é inocente das acusações, descritas por ele como perseguição política, e declara inclusive que o republicano jamais fez sexo com Daniels.

Se condenado, Trump poderia receber pena de até quatro anos de prisão. Segundo juristas, no entanto, o mais provável nesse caso é que a sentença seja de liberdade condicional.

O processo é visto como o menos importante dos quatro que o republicano enfrenta na Justiça —os demais, dos quais Trump também diz ser inocente, envolvem acusações de que ele tentou reverter sua derrota nas urnas em 2020 e que manuseou documentos sigilosos após deixar a Presidência.

Ao mesmo tempo, este também é o único caso a necessariamente ir a julgamento antes das eleições presidenciais deste ano, em 5 de novembro.

Fonte: Folha de São Paulo

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