Policiais dos Estados Unidos têm agido rápido para desmontar acampamentos de manifestantes pró-Palestina que continuam surgindo em universidades a despeito das detenções em massa ocorridas nos últimos dias. As ações indicam uma mudança na estratégia das autoridades, que têm sido mais incisivas para coibir novos atos.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram policiais conduzindo manifestantes com as mãos atadas, nesta quinta-feira (25), na Universidade de Princeton, uma das mais prestigiadas do país, em Nova Jersey. A ação ocorreu poucas horas depois que estudantes começaram a montar um acampamento no campus.
“Todos vocês estão violando a política da universidade. As tendas devem ser desmontadas agora”, diz um policial em um dos vídeos divulgados na plataforma X, enquanto manifestantes gritam “Palestina livre”.
Em Massachusetts, a polícia de Boston também agiu de forma dura para desmobilizar um acampamento em solidariedade aos palestinos nas últimas horas. Segundo relatos divulgados pela imprensa local, mais de cem pessoas foram presas e dezenas de barracas foram desmontadas no início da madrugada.
Os protestos vêm causando tumultos e confrontos nas universidades americanas. Enquanto estudantes reivindicam o direito de se manifestar e defendem o fim dos ataques contra os territórios palestinos, alunos judeus se dizem temerosos e afirmam que os atos contra a guerra se transformaram em antissemitismo.
Reitores das universidades passaram a chamar a polícia para desmontar os acampamentos, numa tentativa de arrefecer as tensões. Mas as ações das autoridades, que incluem as detenções em massa, não têm impedido o surgimento de novos atos em todo o país.
Na Universidade Northwestern, em Illinois, estudantes também começaram a erguer barracas na manhã desta quinta. Organizadores pedem que a instituição proteja palestrantes pró-Palestina e que encerrem vínculos com instituições israelenses. “Nos recusamos a permitir que os negócios continuem como de costume”, disseram várias organizações estudantis em nota divulgada de forma conjunta.
Barracas também estavam sendo erguidas na Universidade George Washington, na capital americana, onde um grupo de manifestantes dizia “ter o direito de se rebelar”. Já na Universidade Columbia, onde os protestos ganharam projeção e ajudaram a espalhar o movimento pelo país, as autoridades estabeleceram como prazo limite às 4h desta sexta-feira (26) para que os manifestantes cheguem a um acordo com a instituição sobre a desmontagem do acampamento.
O prazo inicial previa a desmobilização à meia-noite de terça-feira (23), mas as autoridades o prorrogaram por 48 horas sob a justificativa de que haviam sido feitos progressos nas negociações.
A universidade também já tentou encerrar o protesto à força. Em 18 de abril, o presidente da instituição, Minouche Shafik, tomou a atitude incomum de chamar a polícia para entrar no campus, o que provocou a ira de muitos estudantes e professores.
Na ocasião, mais de cem pessoas foram presas e as tendas foram removidas do gramado principal. Mas, em poucos dias, vários manifestantes voltaram a erguer barracas e ocupar o local.