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EUA: Congresso aprova ajuda bilionária a Ucrânia e Israel – 24/04/2024 – Mundo

O Senado dos EUA aprovou na noite desta terça-feira (23) o texto final do aguardado pacote de ajuda de US$ 95,3 bilhões (R$ 491 bilhões) para Ucrânia, Israel e Taiwan, encerrando a incerteza sobre o auxílio adicional de Washington aguardado a meses por Kiev. Para entrar em vigor, falta apenas a assinatura do presidente Joe Biden.

A votação refletiu o amplo apoio bipartidário à medida, que passou pela Câmara dos Deputados no sábado (20) após resistências principalmente de republicanos apoiadores do ex-presidente Donald Trump. A votação de 79 a favor a 18 contra representou uma vitória para Biden, que instou os legisladores a agirem rapidamente para que ele pudesse assinar o mais rápido possível o texto.

A aprovação encerra ainda a conturbada jornada da medida, que levantou dúvidas sobre a expectativa de os Estados Unidos continuarem a desempenhar papel de liderança na manutenção da ordem internacional e na projeção de seus valores.

“Nossos aliados ao redor do mundo estiveram observando o Congresso nos últimos seis meses e se perguntando a mesma coisa: quando mais importa, os EUA reunirão forças para se unir, superar a força centrífuga do partidarismo e enfrentar a magnitude do momento?”, disse o senador Chuck Schumer, democrata de Nova York e líder da maioria da Casa, nesta terça. “Esta noite, sob o olhar atento da história, o Senado responde a esta pergunta com um ‘sim’ estrondoso e ressonante.”

Em uma declaração minutos após a votação, Biden disse que assinaria o projeto e sugeriu que faria um pronunciamento nesta quarta-feira (24).

“O Congresso aprovou minha legislação para fortalecer nossa segurança nacional e enviar uma mensagem ao mundo sobre o poder da liderança americana: estamos firmemente a favor da democracia e da liberdade, e contra a tirania e a opressão”, disse ele.

A Câmara aprovou o pacote no sábado em quatro partes: uma medida para cada um dos três aliados dos EUA e outra destinada a agradar republicanos conservadores, o que inclui um dispositivo que poderia resultar em uma proibição nacional do TikTok. A Casa enviou a legislação para o Senado como um único pacote que exigia apenas uma votação para ser aprovado.

O presidente da Câmara, Mike Johnson, estruturou a legislação dessa forma para capturar o apoio de diferentes grupos sem permitir que a oposição mais à direita dentro de seu próprio partido conseguisse se opor ao todo. A maioria dos republicanos da Câmara se opôs à ajuda a Kiev.

A lei inclui US$ 60,8 bilhões (R$ 313,8 bilhões) para a Ucrânia; US$ 26,4 bilhões (R$ 136 bi) para Israel e ajuda humanitária para civis em zonas de conflito, incluindo Gaza; e US$ 8,1 bilhões (R$ 41 bi) para a região do Indo-Pacífico.

Além do pacote de incentivos, que também inclui novas rodadas de sanções a autoridades iranianas e russas, a Câmara adicionou disposições que orientam o presidente a buscar o reembolso, por parte do governo ucraniano, de US$ 10 bilhões em auxílio econômico. A medida foi um aceno a um apelo que Trump havia feito para tornar qualquer ajuda adicional a Kiev um empréstimo —mas o projeto permite que o presidente perdoe esses empréstimos a partir de 2026.

Por meses, Johnson e os republicanos da ala trumpista na Câmara se recusaram a aceitar o projeto de ajuda à Ucrânia a menos que Biden concordasse com medidas rigorosas para conter a imigração na fronteira dos EUA com o México. Quando os democratas do Senado concordaram este ano com uma legislação que combinava a ajuda com disposições mais rígidas de controle de fronteiras, Trump a denunciou e os republicanos a rejeitaram de imediato.

Então o Senado aprovou sua própria legislação de ajuda de emergência de US$ 95 bilhões para Ucrânia, Israel e Taiwan sem quaisquer medidas de imigração, aumentando a pressão política sobre a Câmara para fazer o mesmo.

Autoridades ucranianas comemoraram a iminente aprovação do projeto de lei.

Ruslan Stefanchuk, presidente do Parlamento ucraniano, postou uma foto nas redes sociais de parlamentares segurando bandeiras americanas dentro da câmara em Kiev. “Os Estados Unidos têm sido e continuam a ser um parceiro estratégico que está ombro a ombro com o povo ucraniano em nossa luta contra o agressor russo” acrescentou Stefanchuk.

Fonte: Folha de São Paulo

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