Um padre polonês foi condenado a 18 meses de prisão por crimes sexuais e de drogas, informou a agência de notícias estatal PAP nesta terça-feira (9). O padre, identificado apenas como Tomasz Z devido às leis de privacidade do país, foi acusado pelos crimes após um incidente em que um garoto de programa teria desmaiado durante uma orgia na casa do clérigo.
Segundo os veículos de mídia da Polônia, o profissional do sexo teria desmaiado depois de tomar muitas pílulas para disfunção erétil. Um dos padres presentes na reunião então chamou uma ambulância, mas quando os paramédicos chegaram, os frequentadores do encontro proibiram a entrada. Só foi prestado atendimento após a polícia ser acionada, apontaram os relatos.
Organizada pelo padre Tomasz Z, a orgia aconteceu entre os dias 30 e 31 de agosto de 2023 e, de acordo com o jornal polonês Gazeta Wyborcza, envolvia padres e garotos de programa e foi realizada em um prédio pertencente à paróquia da Santíssima Virgem Maria dos Anjos, na cidade de Dabrowa Gornicza. Quando confrontado sobre a festa sexual pela mídia polonesa, o clérigo contestou o número de padres presentes na reunião e disse que “vale a pena ler qual é a definição de orgia”.
Devido à natureza do caso, o julgamento foi realizado a portas fechadas, conforme reportou a PAP. Além da condenação por crimes sexuais e fornecimento de drogas, por não ter prestado ajuda a uma pessoa que corria risco de morte, Tomasz Z foi obrigado a pagar à vítima o equivalente a mais de R$ 19 mil, bem como terá de pagar uma indenização a um fundo criado para ajudar as vítimas de crimes sexuais.
O grande escândalo, que envolve as dioceses vizinhas de Sosnowiec e Dabrowa Gornicza, veio à tona em setembro de 2023. No mês seguinte, o Vaticano, sem comunicar um motivo oficial, aceitou a renúncia de um bispo polonês Grzegorz Kaszak, que administrava a unidade de Sosnowiec.
Apesar de Kaszak não estar entre os acusados de terem se envolvido na suposta orgia, os relatos dizem que ele está sendo responsabilizado pela conduta dos padres sob seu comando. “Peço a todos que perdoem minhas limitações humanas”, escreveu o bispo em sua declaração. “Se ofendi alguém ou negligenciei algo, sinto muito.”
Antes de renunciar, entretanto, Kaszak abriu uma investigação, a qual concluiu que Tomasz Z cometeu “uma violação muito grave das normas morais” e de suas obrigações como clérigo. O padre, então, foi demitido de todas as funções em 21 de setembro.