O direito ao aborto deve ser decido por cada governo estadual dos Estados Unidos, disse nesta segunda-feira (8) o candidato republicano Donald Trump, ao rejeitar a possibilidade de uma lei federal que proíba a interrupção da gravidez federal.
“Minha opinião é que, agora que temos a questão do aborto onde todos queriam do ponto de vista legal, os estados irão determiná-lo por voto, legislação ou talvez as duas coisas”, disse o empresário e candidato mais forte do Partido Republicano à Presidência, em um vídeo publicado na sua rede social, a Truth Social.
A declaração foi feita após uma reportagem do jornal New York Times publicada em fevereiro afirmar que ele havia dito a seus assessores que gostava da ideia de uma proibição federal do aborto a partir das 16 semanas, o que rendeu semanas de especulações.
Em 2022, uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que tem três indicados por Trump, suspendeu direito constitucional ao aborto e deixou aos estados a tarefa de legislar sobre esta questão. Após a deliberação, alguns estados promulgaram proibições quase totais do aborto, enquanto outros, como Maryland, aprovaram leis para legalizá-lo. Muitos conservadores esperam que uma proibição federal possa derrubar os textos que flexibilizaram a prática.
Democratas, incluindo o atual presidente e adversário de Trump na corrida pela Casa Branca, Joe Biden, costumam lembrar regularmente que a maioria dos americanos se opõe a uma proibição federal, segundo pesquisas. Algumas derrotas eleitorais para os republicanos, como no conservador estado de Arkansas, têm sido associadas à posição contrária do partido em relação ao direito ao aborto.
No vídeo, Trump diz ser “firmemente a favor de exceções para estupro, incesto e vida da mãe”, ideia que foi defendida pelo ex-presidente republicano Ronald Reagan (1981-89), e voltou a dizer que apoia “firmemente” o acesso à fertilização in vitro para “casais que tentam ter um lindo bebê”. O que poderia ser mais bonito ou melhor do que isso?”, afirma o empresário.