O Exército de Israel anunciou neste sábado (6) que recuperou o corpo de um homem sequestrado por terroristas seis meses após a invasão ao sul do país, em 7 de outubro de 2023.
“O corpo do refém Elad Katzir, assassinado em cativeiro pela facção Jihad Islâmica, foi recuperado durante a noite e devolvido ao território israelense”, disse o Exército em comunicado.
Elad Katzir tinha 47 anos quando foi sequestrado no kibutz de Nir Oz, uma comunidade originalmente agrícola. Sua morte ocorreu em meados de janeiro, poucos dias depois que a Jihad Islâmica emitiu um vídeo no qual o refém pedia ao governo israelense que fizesse todo o possível para conseguir sua libertação, afirmou um oficial militar israelense.
Uma operação foi lançada na última sexta (5), em Khan Yunis, para recuperar o corpo de Elad. Forças israelenses exumaram-no à noite, antes de o repatriarem para Israel, onde foi identificado oficialmente.
Após o anúncio, a irmã de Elad atacou os dirigentes do país. Libertá-lo vivo “teria sido possível se um acordo sobre os reféns tivesse sido alcançado a tempo”, afirmou Carmit Palty Katzir em seu perfil no Facebook. “Primeiro-ministro, gabinete de guerra, membros da coalizão (de governo). Olhem-se no espelho e digam que suas mãos não estão cobertas com este sangue.”
Sua mãe, Hanna Katzir, que também fora raptada, posteriormente foi libertada em 24 de novembro, durante a única trégua alcançada ao longo da guerra Israel-Hamas. O pai de Elad, Avraham, morreu durante o ataque do grupo terrorista ao kibutz.
Chefe da ONU chama guerra de ‘traição à humanidade’
O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, classificou neste sábado (6) a guerra em Gaza como uma “traição à humanidade”.
Em comunicado divulgado na véspera do dia em que se completam seis meses de conflito, Griffiths fez um apelo a uma “determinação coletiva para que haja uma responsabilização por esta traição à humanidade”.
“A cada segundo este conflito faz mais vítimas civis. Continua-se plantando as sementes de um futuro profundamente obscurecido por este conflito implacável”, disse ele, que deixará o cargo no final de junho por motivos de saúde.
Griffiths lamentou “a perspectiva excessiva de uma nova escalada em Gaza, onde ninguém está seguro e não há nenhum lugar seguro para ir”. “Uma operação de ajuda já frágil segue sendo prejudicada por bombardeios, pela insegurança e a negação de acesso”, afirmou.
“Neste dia, o meu coração está com as famílias dos mortos, feridos ou mantidos como reféns, e com aqueles que enfrentam o sofrimento particular de não saber a situação de seus entes queridos”, disse o subsecretário-geral.
A guerra eclodiu em 7 de outubro com um ataque sem precedentes de combatentes do Hamas a partir de Gaza, matando 1.170 pessoas no sul de Israel, a maioria civis, segundo dados oficiais israelenses. O grupo terrorista também sequestrou cerca de 250 pessoas (israelenses e estrangeiros), das quais cerca de 130 permanecem em Gaza, incluindo os 34 que teriam morrido, de acordo com militares israelenses.
Israel, que prometeu destruir o Hamas, bombardeia de forma incessante a Faixa de Gaza por ar, terra e mar, deixando pelo menos 33.137 mortos, a maioria mulheres e crianças, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007.