A Ucrânia realizou um ataque na Rússia utilizando um avião civil transformado em drone suicida nesta terça-feira (2).
A aeronave em questão era um A-22LS Foxbat, fabricado pela ucraniana Aeroprakt. Trata-se de uma aeronave desportiva leve (ultraleve) com capacidade para dois passageiros e equipada com motor Rotax 912 com cem cavalos de potência.
O veículo é equipado com flutuadores para pousar na água e gancho para rebocar planadores e tem capacidade para até 310 kg de carga.
O avião foi adaptado pelas forças ucranianas para voar de forma autônoma, carregando explosivos por 1.130 km —distância da fronteira da Ucrânia com a Rússia até Alabuga, cidade na república do Tartaristão. É nesta unidade federativa russa da região central do território que fica uma fábrica de drones Shahed-136.
Os Shahed-136 são iranianos, mas nos últimos meses vêm sendo produzidos na Rússia. O país liderado por Vladimir Putin tem apostado em aeronaves não tripuladas de menor porte para realizar ataques contras tropas ucranianas e em reduzir o custo de utilização de aviões maiores, tripulados ou não.
O ataque destruiu parte de um dormitório de funcionários da fábrica de drones e feriu ao menos 12 pessoas. Uma refinaria na mesma cidade também foi atingida na data, mas não foi possível confirmar se por outro A-22 ou por uma aeronave ou míssil diferente.
O fato de a aeronave ter voado por mais de 1.000 km dentro da Rússia sem ser detectada ou interceptada é preocupante para as defesas aéreas russas.
Um incidente parecido ocorreu na época da Guerra Fria, quando a Rússia ainda era parte da União Soviética.
Então, um piloto alemão voou com um Cessna 172 Skyhawk —aeronave de porte similar ao Aeroprakt A-22— da Finlândia até Moscou e pousou na praça Vermelha, sede do poder do regime. Ele só foi abordado duas horas após o pouso.