O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse nesta sexta-feira (8) que o líder russo, Vladimir Putin, estava por trás da morte do chefe mercenário Ievguêni Prigojin.
O líder do grupo Wagner, que comandou o maior motim contra o presidente russo em 20 anos, morreu em um acidente de avião inexplicável com seus principais tenentes no mês passado.
Zelenski não forneceu provas para apoiar a sua afirmação. Ele fez o comentário de passagem numa entrevista coletiva em Kiev, quando lhe fizeram uma pergunta sobre o presidente russo.
“O fato de ele ter matado Prigojin —pelo menos essa é a informação que todos nós temos, e não de qualquer outro tipo— também fala de sua racionalidade e do fato de que ele é fraco”, disse Zelenski.
O Kremlin afirma que todas as possíveis causas do acidente serão investigadas, incluindo a possibilidade de crime, e chamou a sugestão de que Putin ordenou a morte de Prigojin e dos seus homens como uma “mentira absoluta”.
Prigojin liderou um breve motim na Rússia que representou o maior desafio ao governo de Putin desde que ele subiu ao poder em 1999. Isso levou o chefe do Kremlin a acusar seus autores de “traição” e de uma “facada nas costas”.
Ao longo dos 23 anos do presidente russo no poder, seus inimigos, em especial políticos rivais como Boris Nemtsov, morto a tiros em 2015, e jornalistas como Anna Politkovskaia, executada em 2006, tiveram mortes violentas ou misteriosas. Desde o início da Guerra da Ucrânia, ao menos 12 executivos de destaque tiveram tal destino.
Prigojin é o mais próximo ex-auxiliar do presidente russo a morrer em circunstâncias obscuras. Conhecido como “chef de Putin”, por ter fornecido serviços de alimentação no Kremlin e ao governo russo, em contratos anuais de US$ 1 bilhão, ele operava o grupo mercenário Wagner desde 2014 a serviço do Kremlin em diversos países.