O documento final da Conferência Nacional de Educação (Conae) manteve as pautas da esquerda, implementadas desde a primeira versão. O texto reteve a oposição a “políticas ultraconservadoras” como a educação domiciliar, escolas cívico-militares, movimento Escola Sem Partido e ao agronegócio. Por outro lado, promove o avanço da diversidade de gênero e sexual nas escolas. O ministro da Educação, Camilo Santana, recebeu o documento nesta última terça-feira (5) durante uma reunião com o Fórum Nacional de Educação (FNE), responsável pela elaboração do evento.
Durante a etapa da Conae em Brasília, Camilo Santana afirmou que a base do Plano Nacional de Educação (PNE), documento que estabelece as diretrizes da educação pelos próximos 10 anos, será o texto recebido pela Conae. A pasta deve apresentar um projeto de lei com o PNE 2024-2034 ainda este mês. O PNE em vigor é válido até junho deste ano.
Ainda de acordo com Santana, houve um acordo com os presidentes das Casas Legislativas para que a proposta seja votada até o final do primeiro semestre deste ano. Como a Gazeta do Povo já mostrou, caberá aos parlamentares diminuir a influência ideológica na lei aprovada, mas especialistas demonstram preocupação em relação ao baixo conhecimento técnico dos congressistas para os debates.
Apenas durante a etapa nacional, pelo menos R$ 10,2 milhões foram gastos pelo ministério da Educação. Quase duas mil pessoas tiveram passagens e diárias pagas pela pasta para participarem do evento, que juntos somavam R$ 6,7 milhões. No entanto, o evento não promoveu diálogo e, em diversas situações, participantes conservadores foram vaiados e o presidente Lula pediu apoio aos professores para as eleições municipais de 2024.