Ruas e estações de metrô de Hong Kong ficaram inundadas, nesta sexta-feira (8), depois das chuvas mais intensas já registradas nessa ex-colônia britânica, menos de uma semana após a passagem do supertufão Saola.
Um total de 600 mm de água, ou 600 litros por metro quadrado, caiu em 24 horas, o correspondente a 25% da precipitação média anual, relatou o Observatório de Hong Kong, a agência meteorológica da cidade.
Segundo a imprensa local, ao menos duas pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas.
Vídeos mostraram água caindo em cascata pelas encostas íngremes de Hong Kong, inundando ruas estreitas até a cintura e alagando shoppings, estações de metrô e túneis.
Um alerta preto, o nível mais alto, foi emitido, e os moradores foram orientados a ficar em casa. A Bolsa de Valores de Hong Kong, principal da Ásia, permaneceu fechada.
As autoridades locais informaram na noite de quinta-feira (7) que vários bairros ficaram inundados e que os serviços de emergência estavam fazendo operações de resgate.
Desde ontem, Shenzhen, a grande metrópole chinesa limítrofe com Hong Kong, também sofre suas piores chuvas desde 1952, segundo a imprensa estatal.
A região registrou condições meteorológicas extremas e temperaturas recordes neste verão, fenômenos que, de acordo com cientistas, foram agravados pela mudança climática.
O Observatório de Hong Kong informou que até 158,1 mm caíram em uma hora durante a noite, um nível sem precedentes em 140 anos.
“É como despejar o conteúdo de quatro banheiras em uma só: transborda”, resumiu Eric Chan, o número dois do governo local.
Segundo as autoridades, as condições severas continuarão até à meia-noite (13h em Brasília). Mais de 80 pessoas recorreram aos serviços de emergência hospitalar. Até o momento, nenhuma morte foi registrada.
As autoridades anunciaram que as aulas escolares foram suspensas e os serviços de carga na fronteira da cidade com a vizinha Shenzhen, interrompidos. Esta metrópole tem 17,7 milhões de habitantes e é sede de inúmeras empresas de tecnologia.
A chuva torrencial foi provocada pelo Haikui, um tufão que atingiu a província chinesa de Fujian na terça-feira (5). Embora ele tenha enfraquecido, as suas nuvens lentas despejaram enormes volumes de precipitação em áreas ainda encharcadas pela chuva do supertufão da semana anterior.
A mudança climática aumentou a intensidade das tempestades tropicais, com mais chuvas e rajadas ainda mais fortes que provocam inundações repentinas e danos às regiões costeiras.