O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, classificou como histórica e saudou a entrada oficial da Suécia como membro da aliança militar ocidental nesta quinta-feira (7), dizendo que o país nórdico agora tem a garantia definitiva de segurança do grupo.
A Suécia se tornou o novo membro da aliança ao concluir seu ingresso com o depósito do instrumento de adesão, último documento necessário para tal, em Washington junto ao governo dos Estados Unidos, que lidera a Otan.
“Após mais de 200 anos de não-alinhamento, a Suécia agora desfruta da proteção concedida pelo Artigo 5, a garantia definitiva da liberdade e segurança dos Aliados”, disse Stoltenberg em um comunicado no X.
A referência é ao mecanismo de defesa coletiva da aliança, segundo o qual um ataque a um país integrante do bloco é considerado um ataque contra todos os membros da organização.
“A Suécia traz consigo forças armadas capazes e uma indústria de defesa de primeira classe. A adesão da Suécia torna a Otan mais forte, a Suécia e toda a aliança mais segura”, afirmou o chefe do bloco. Com a adesão da Suécia, a Otan agora conta com 32 países-membros.
O princípio de defesa coletiva do bloco é algo em que países europeus têm se apoiado em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada há pouco mais de dois anos.
Por outro lado, a garantia securitária assombra ante os riscos de um ataque ou erro de cálculo de Moscou atingirem integrantes da aliança que fazem fronteira com Kiev, como a Polônia ou a Romênia, ou países bálticos que têm sido mais vocais em críticas ao líder russo, Vladimir Putin —e com isso arrastarem os EUA e toda a aliança para uma guerra aberta contra o Kremlin.
A entrada de Estocolmo na Otan foi concluída após meses de imbróglios que contavam com a resistência da Hungria, do primeiro-ministro Viktor Orbán, simpático a Putin. A ratificação da adesão sueca pelo Parlamento em Budapeste ocorreu depois de acordo entre os dois países para a compra de quatro caças Gripen da nação nórdica.
Antes da ratificação húngara, a Turquia também demorou a aprovar a adesão da Suécia, exigindo ação mais rigorosa contra membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o PKK, que, segundo Ancara, estabeleceram-se na Suécia.
Estocolmo mudou leis, endureceu o combate ao chamado terrorismo e relaxou as regras sobre vendas de armas para acalmar a Turquia, que também vinculou a ratificação do novo membro à aprovação dos EUA da venda de caças F-16 a Ancara.
Em abril do ano passado, a Finlândia também ingressou na aliança, efetivamente dobrando a fronteira do grupo com a Rússia. Antes disso, o Kremlin usou a expansão do bloco até suas fronteiras antes disso como uma das justificativas para o que ainda chama de “operação militar especial” contra a então candidata a ingressar na Otan Ucrânia.
“Hoje é um dia histórico. O presidente Putin foi à guerra contra a Ucrânia com o objetivo declarado de ter menos Otan. Está ganhando o oposto”, disse Stoltenberg na ocasião da entrada de Helsinque na aliança.