A defesa de Donald Trump apresentou à Justiça nesta quinta-feira (29) um pedido de adiamento do início de seu julgamento no caso criminal em que ele responde por ter mantido consigo documentos secretos do governo mesmo depois de deixar a Casa Branca.
O conselheiro especial do Departamento de Justiça, Jack Smith, responsável pelo caso contra o ex-presidente, pediu também nesta quinta que o julgamento comece em 8 de julho. Os advogados de Trump, no entanto, alegam que ele “afirma veementemente que um julgamento justo não pode ser conduzido este ano de uma forma consistente com a Constituição”.
Mas mesmo a solicitação da defesa do republicano apresenta uma contradição, porque o documento sugere que o julgamento seja marcado para 12 de agosto. Procurados pela agência de notícias Reuters, os advogados de Trump não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre a discrepância.
Os pedidos foram feitos um dia antes de Aileen Cannon, juíza distrital dos EUA, realizar uma audiência sobre o cronograma do caso. Ela já adiou prazos do pré-julgamento, mas disse que esperaria até esta sexta-feira (1º) para avaliar a possibilidade de adiar o julgamento, atualmente marcado para 20 de maio.
Trump se declara inocente de 40 acusações federais que o denunciam por reter documentos sensíveis de segurança nacional em seu resort na Flórida e de tentar impedir o governo de recuperá-los. O ex-presidente vem buscando adiar quatro casos criminais contra ele, que alega serem parte de uma perseguição política.
Na quarta-feira (28), a Suprema Corte dos EUA anunciou que aceita julgar o argumento do ex-presidente Donald Trump de que ele tem imunidade e não pode ser responsabilizado por eventuais crimes que tenha cometido enquanto era presidente.
Os primeiros argumentos das partes envolvidas no caso começarão a ser ouvidos em abril, de modo que uma decisão final sobre a imunidade deve ocorrer em junho. Já o mérito da questão, a acusação de subversão do resultado das eleições, deve ser julgado mais perto do pleito deste ano, em novembro, ou mesmo depois dele. Isso significa que, em caso de vitória de Trump nas urnas, ele pode conceder a si mesmo um indulto presidencial, mesmo se considerado culpado pela Suprema Corte.
No próximo dia 25, o republicano deve ir a julgamento do caso em que ele é acusado de falsificar registros para pagar uma espécie de suborno a uma atriz pornô com quem ele teria tido um relacionamento antes das eleições de 2016. A agenda dos outros três casos ainda é incerta.
O republicano é o primeiro ex-presidente a ser denunciado criminalmente na história dos EUA, e é o favorito para vencer as primárias do seu partido e concorrer novamente à Casa Branca contra o presidente Joe Biden.