Aviões de guerra israelenses atacaram o vale do Bekaa, no Líbano, nesta segunda-feira (26), em uma ação que matou ao menos dois membros do grupo islâmico xiita Hezbollah.
Trata-se do ataque mais distante da fronteira com o Líbano desde que as hostilidades com o grupo apoiado pelo Irã tiveram início em outubro passado, mesma época em que eclodiu a guerra Israel-Hamas.
O Exército israelense disse que seus caças atingiram as defesas aéreas do Hezbollah no vale em resposta à derrubada de um drone israelense, que o grupo libanês disse ter abatido com um míssil.
Os incidentes marcaram uma escalada dos ataques mútuos travados em paralelo ao conflito na Faixa de Gaza, o que também aumenta os riscos de uma escalada adicional entre adversários fortemente armados que entraram em guerra pela última vez em 2006.
Os ataques atingiram uma região perto da fronteira com a Síria que é um reduto político do Hezbollah, grupo islâmico xiita, a cerca de 18 quilômetros da cidade de Baalbek, conhecida por suas ruínas antigas.
Hassan Fadlallah, membro do Hezbollah, afirmou que Israel ampliou seus ataques atingindo Balbeque e outras áreas e estava buscando “compensar” a derrubada de seu drone. “Sua agressão a Baalbek ou a qualquer outra área não ficará sem resposta”, disse ele ao vivo na TV.
Um ataque aéreo israelense também atingiu um carro no sul do Líbano, informou a TV al-Manar, ligado ao Hezbollah. Uma fonte de segurança no Líbano disse que pelo menos uma pessoa foi morta.
O Exército israelense afirmou que “continuará operando para defender o Estado de Israel da ameaça da organização terrorista Hezbollah, incluindo em operações aéreas sobre o território libanês”.
O Hezbollah vem travando uma campanha de ataques a alvos na fronteira com Israel desde o ataque de 7 de outubro operado pelo Hamas. O grupo libanês descreve isso como um esforço para apoiar os palestinos sob fogo israelense em Gaza.
As hostilidades vinham se desenrolando principalmente em áreas próximas à fronteira entre o Líbano e Israel, mas, na semana passada, ampliaram-se quando Israel atacou uma área logo ao sul da cidade costeira de Sidon. E agora escalaram.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, indicou no último domingo (25) que Israel planejava aumentar os ataques ao Hezbollah em caso de um possível cessar-fogo no conflito em Gaza.
“Se uma pausa temporária for alcançada em Gaza, aumentaremos o fogo no norte e continuaremos até a retirada completa do Hezbollah [da fronteira] e o retorno dos cidadãos israelenses às suas casas”, disse. A violência deslocou dezenas de milhares de pessoas em ambos os lados da fronteira.
O Hezbollah disse mais cedo nesta segunda-feira que havia abatido um drone israelense Hermes 450 sobre o território libanês.
O Exército israelense disse que dois lançamentos de mísseis visaram um veículo aéreo não tripulado da Força Aérea de Israel operando sobre o Líbano.
O primeiro teria sido interceptado pelo Sistema de Defesa Aérea de Israel, mas o drone “caiu dentro do território libanês” após um segundo lançamento.
Os ataques israelenses desde outubro mataram cerca de 50 civis no Líbano, além de cerca de 200 combatentes do Hezbollah. Já ataques do Líbano contra Israel mataram 12 soldados israelenses e cinco civis.