Uma menina brasileira de 9 anos foi resgatada por agentes do Instituto Nacional de Migração do México (INM) em uma ilhota no rio Bravo (chamado de rio Grande pelos americanos), segundo o órgão mexicano divulgou nesta terça (20). Ela estava sozinha e foi encontrada no domingo (18).
De acordo com a instituição, a polícia de fronteira dos Estados Unidos alertou a equipe do órgão mexicano sobre uma criança que havia se separado da mãe e ficado sozinha na pequena ilha.
A identidade da menina não foi revelada. Em vídeo publicado pelo órgão, no entanto, ela afirma ter 9 anos, ser do Brasil e se chamar Agatha —a imagem do rosto dela foi borrada pelo INM.
No mesmo dia, outro menor de idade, de 15 anos, foi resgatado junto de um familiar maior de idade e mais três adultos provenientes de El Salvador e Honduras. Eles continuaram em território mexicano. Em uma terceira ocorrência no domingo, mais dois imigrantes foram retirados de ilhotas no rio Bravo e levados a hospitais da região.
O número de pessoas detidas na fronteira dos EUA com o México ultrapassou 2 milhões tanto no ano fiscal de 2022 como de 2023. Só em setembro deste ano, foram mais de 200 mil migrantes, segundo o governo americano.
A crise migratória nos EUA tem sido uma das grandes vulnerabilidades da gestão do presidente Joe Biden. Além de ser um tema caro à oposição republicana mesmo antes da ascensão de Donald Trump, números recordes de novos ingressos no país tem posto em dúvida a eficácia da política migratória federal em meio a embates com estados de fronteira governados por republicanos.
Governadores republicanos, como Greg Abbott, do Texas, têm pressionado com ações locais contestadas pela Casa Branca. Simpatizante de Trump, Abbott instalou cercas de arame farpado ao longo do rio Grande, frequentemente usado por imigrantes para entrar no país, uma das medidas contra o que ele chama de “políticas imprudentes de fronteiras abertas” de Biden. A Suprema Corte autorizou o governo federal a cortar a cerca em janeiro.
Ainda pré-candidato, Trump tem feito campanha baseada no aumento da repressão na fronteira. Segundo assessores, o empresário planeja deportações em massa de imigrantes que entraram de forma ilegal no país e centros de detenção para quem aguarda expulsão.