O regime da Coreia do Norte disse nesta segunda-feira (12) ter desenvolvido um novo sistema de controle para um lançador múltiplo de foguetes, que, segundo Pyongyang, marcará uma “mudança qualitativa” em suas capacidades defensivas.
Segundo autoridades, a Academia de Ciências da Defesa norte-coreana, que desenvolve os mísseis do país, conduziu com sucesso um teste de disparo feito com o lançador para avaliar um novo “sistema controlável de projéteis e mísseis balísticos”. O sistema deve passar por outros testes nos próximos dias e depois ter seu “papel ampliado” nos campos de batalha, segundo a agência estatal KCNA.
Os testes ocorreram em um momento de recrudescimento das relações diplomáticas entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. No começo do ano, o regime comandado por Kim Jong-un anunciou mudanças na forma como lida com Seul por meio de alterações na política e nas organizações governamentais que tratam o país vizinho efetivamente como um Estado separado e inimigo. Pyongyang também fechou agências que se dedicavam à reunificação das duas Coreias.
Desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), os dois países tratam um ao outro de maneira diferenciada —as relações entre ambos dependem de agências e ministérios especiais que fazem as vezes dos ministérios das Relações Exteriores, por exemplo. Além disso, as nações adotavam políticas para uma futura reunificação pacífica, geralmente visando um único Estado com dois sistemas.
As medidas de Pyongyang, porém, podem fazer com que o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte assuma o controle das relações com o Sul e, potencialmente, ajude a justificar o uso de armas nucleares contra Seul em uma guerra futura, dizem analistas.
Na sexta (9), o líder Kim Jong-un reiterou que não hesitaria em “acabar” com a Coreia do Sul se for atacado, referindo-se a Seul como “o mais perigoso e primeiro inimigo estatal”, além de “arqui-inimigo invariável”.