Kim Jong-un pode ter completado 40 anos nesta segunda-feira (8). Apesar do silêncio da mídia norte-coreana, acredita-se que o aniversário do ditador ocorra na data e, no que se refere ao seu ano de nascimento, o governo dos Estados Unidos aponta para 1984.
A data de aniversário de Kim sempre foi cercada de mistério. O mais próximo que a Coreia do Norte se aproximou de uma confirmação foi em janeiro de 2020, quando autoridades locais reconheceram que o ditador havia recebido cumprimentos de aniversário do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, embora não tenham mencionado a data exata.
Os aniversários de líderes na Coreia do Norte não costumam, porém, passar despercebidos. São considerados feriados nacionais os aniversários de Kim Jong-il, pai de Kim Jong-un, e de Kim Il-sung, avô do atual ditador e responsável por instituir o regime ditatorial que vigora até hoje em 1940.
A última vez em que Kim foi visto foi no último domingo (7), visitando uma granja acompanhado de sua filha, Kim Ju-ae, e oficiais superiores. Segundo informação divulgada pela agência de inteligência da Coreia do Sul na última quinta-feira (4), Ju-ae é a sucessora mais provável do ditador e, embora tenha somente dez anos, já acompanha o pai em eventos públicos e testes de mísseis.
Ainda segundo Seul, Kim poderia ter outros dois filhos, um mais novo e um mais velho. Até o momento, todavia, Ju-ae é a única descendente dele a aparecer em público.
O possível aniversário se dá em contexto de crescente tensão entre as duas Coreias. No último sábado (6), o exército sul-coreano informou que o vizinho ao norte fez de mais de 60 disparos de artilharia. Segundo a agência de notícias Yonhap, os projéteis caíram na fronteira marítima entre os países, conhecida como Linha de Limite do Norte (NLL).
Isso aconteceu depois de Pyongyang ter realizado, na sexta-feira (5), mais de 200 disparos de artilharia também perto da fronteira marítima das Coreias. Com os tiros, moradores das ilhas sul-coreanas de Yeonpyeong e Baengnyeong receberam um alerta das autoridades para buscarem abrigo.
As movimentações norte-coreanas não são uma surpresa para a Coreia do Sul. Em 31 de dezembro de 2023, dia que encerrou as reuniões do Partido dos Trabalhadores de Pyongyang, Kim afirmou que “é um fato consumado que uma guerra pode eclodir a qualquer momento na península coreana”.
Apesar de inicialmente ter dito que tomaria “medidas correspondentes” em resposta aos disparos norte-coreanos, Lee Sung-joon, comandante do Estado-Maior da Coreia do Sul, voltou atrás no posicionamento e disse que o Exército de Seul não planeja rebater a provocação com disparos no mar.