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Governo Milei demite 500 funcionários da Rádio Nacional – 05/01/2024 – Mundo

O governo de Javier Milei demitiu cerca de 500 empregados da Rádio Nacional Argentina que tinham contrato até o fim de 2023. A medida seria parte de um plano de reestruturação da empresa estatal até sua privatização, de acordo com o jornal Clarín.

A nova gestão da Radio e Televisão Argentina (RTA), companhia pública que detém mais de 50 emissoras de radiodifusão por todo o país, decidiu manter cerca de 700 funcionários permanentes e pouco menos de 100 contratos renováveis.

A medida provocou a suspensão de programas, alguns com mais de cinco colunistas contratados, criados na gestão anterior de Rosario Lufrano. Indicada pelo ex-presidente Alberto Fernández, ela e seu vice, Osvaldo Santoro, renunciaram após a posse de Milei, no dia 10 de dezembro.

O conteúdo produzido para este início do ano será enxuto. “A programação é mantida muito bem com as pessoas que permanecem, com os funcionários históricos da rádio, que têm um compromisso muito grande com cada uma das emissoras do país”, disse ao Clarín uma pessoas próxima à gestão de Javier Monte, o novo presidente da RTA, designado nos últimos dias de dezembro.

Alguns dos jornalistas e artistas cujos contratos não foram renovados na semana passada são o jornalista e locutor esportivo Víctor Hugo Morales, que apresentava “Estación Piazzola”; Sandra Russo, que conduzia o programa “Calandrias”; Lautaro Maislin, que durante a semana comandava o “Rosca and Roll 937” e Mex Urtizberea, ambos contratados da FM Nacional Rock, entre outros.

Líderes sindicais se reuniram com autoridades da estatal na quarta-feira (3) e pediram que ao menos 150 contratos sejam renovados, dos 500 que foram rescindidos.

Em 2023, ainda de acordo com o Clarín, a RTA teve previsão de receitas publicitárias em 930 milhões de pesos (cerca de R$ 5,58 milhões) e despesas operacionais de 23,8 bilhões de pesos (cerca de R$ 143 milhões), totalizando um déficit operacional de aproximadamente 23 bilhões de pesos (R$ 138 milhões). Uma parte dessas perdas operacionais teria sido coberta com fundos da entidade nacional de comunicações, uma autarquia pública do setor.

Cumprindo promessa central de sua campanha à Presidência, Milei afirmara pouco depois de sua posse que levaria em frente a privatização empresas estatais em vários setores da economia, parte de um conjunto amplo de reformas de desregulação da economia contidas em seu “megadecreto”, com mais de 300 medidas, com objetivo de tentar superar a crise econômica e a inflação sem freio no país.

“Revogar as regras que impedem a privatização de empresas estatais”, disse o ultraliberal em uma mensagem televisiva no fim de dezembro, listando as reformas em tópicos. Na ocasião, ele acrescentou que todas as empresas estatais teriam sua estrutura jurídica alterada para abrir caminho para a privatização total.

Além das companhias de mídia públicas, Milei pretende privatizar redes ferroviárias, a empresa de água e esgoto AySA e a empresa aérea nacional Aerolíneas Argentinas, além de empresas do setor energético como a YPF SA, de perfuração e refino de petróleo, e a Enarsa.

Fonte: Folha de São Paulo

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