No dia seguinte ao encerramento da COP28, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) organizou um grande leilão de petróleo, ofertando 603 blocos para exploração em diversas regiões do país.
Mas seria mesmo a COP? Esse festival anual de promessas climáticas onde líderes mundiais, ambientalistas e empresas se reúnem. O que realmente acontece por trás das cortinas verdes dessa conferência?
Talvez seja apenas turismo “ecoconsciente”. Quem não gostaria de discutir a crise climática em locais exóticos? As fotos são ótimas para o Instagram! Ou simplesmente reuniões de negócios. Afinal, que melhor lugar para negociar acordos sob o disfarce de salvar o planeta?
Tem príncipes árabes? Eles realmente sabem como jogar o jogo. Enquanto discutem sobre a redução dos combustíveis fósseis, seus reinos continuam a faturar petróleo a todo vapor. Ironia refinada a 98 octanas!
Por último, mas não menos importante… Seriam as viagens públicas financiadas pelos contribuintes? Como em um passeio escolar, mas com menos supervisão e mais jatos privados. Afinal, o que é uma pequena pegada de carbono em nome da grande causa ambiental?
Ironia? Apenas coincidência? Este leilão, descrito de forma dramática pelos ambientalistas como o “leilão do fim do mundo”, tem o potencial de emitir mais de 1 bilhão de toneladas de carbono equivalente na atmosfera, caso seja bem-sucedido, o que corresponde a quase metade das emissões atuais do Brasil.
Além disso, mais de 94% dos blocos violam pelo menos uma diretriz ambiental da própria ANP, com 23 blocos sobrepondo-se a unidades de conservação e ameaçando territórios indígenas e quilombolas. São 366 km² de áreas sensíveis sob risco direto.
Mas por que diabos o Brasil faria isso? Afinal, não estamos todos no mesmo barco furado da crise climática, tentando remar para um futuro de energias renováveis?
Tentemos dissecar essa novela mexicana tocada de petróleo e samba. Um Brasil gigante verde e amarelo, entrando no clube do Bolinha dos barões do petróleo. Cartel. Diz-se.
É aqui que a história fica picante. A adesão à Opep+ parece uma contradição mais confusa que a novela das oito. Por um lado, temos o Brasil com planos ambiciosos de aumentar a produção de petróleo, e por outro, a Opep+ agindo como um monopolista, cortando produção para manter os preços lá em cima.
Mas não é só isso. Há também a política. Juntar-se a esse clube pode significar abraçar regimes teocráticos, autocráticos ou monárquicos, que não são exatamente modelos de democracia.
E há o contrassenso climático. O Brasil, querendo ser líder no debate climático mundial, pensando em se juntar a um grupo que, segundo muitos, faz de tudo para sabotar a agenda climática.
Em resumo, o Brasil nessa Opep+ seria uma mistura de novela, filme de suspense e comédia dramática. Uma jogada que pode ser vista como um passo rumo ao futuro ou um salto para o passado, dependendo do ângulo (e da quantidade de petróleo no copo).
Vamos aguardar os próximos capítulos dessa saga. Com pipoca? Com biodiesel? Ou deveríamos dizer “com vergonha”?
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