Um helicóptero do Exército da Guiana com sete pessoas a bordo desapareceu nesta quarta-feira (6) perto da fronteira com a Venezuela, afirmou o chefe das Forças Armadas do país de língua inglesa, Omar Khan. As buscas pela aeronave continuam nesta quinta (7).
O momento é de alta tensão entre as duas nações, que disputam o território rico em petróleo de Essequibo, na Guiana. Ainda não é possível afirmar, porém, a causa do acidente, que aconteceu em condições meteorológicas adversas, segundo Khan.
De acordo com o militar, a aeronave perdeu contato na região em disputa, a 45 quilômetros da fronteira entre os dois países, Ele afirmou não ter informações que “sugiram” o envolvimento de Caracas no caso, e acrescentou que o tempo “estava ruim”. “Estamos considerando todas as possibilidades”, afirmou.
A tensão entre os dois países vem aumentando nos últimos dias. No domingo, um plebiscito organizado pelo regime venezuelano teve resultado favorável à anexação de Essequibo e da concessão de nacionalidade aos 125 mil habitantes da região —96% dos eleitores do país se manifestaram a favor da criação de uma província, segundo dados oficiais da ditadura.
Nesta terça (5), o ditador Nicolás Maduro deu o passo inicial para tais medidas. Além da concessão de licenças para a extração de recursos, o ditador propôs uma lei que prevê a criação de uma província venezuelana no território guianense.
A disputa pela região remonta ao século 18, quando a fronteira venezuelana era estabelecida pelo rio Essequibo. Além de defender esse mapa, Caracas menciona o acordo de Genebra, assinado em 1966, antes da independência da Guiana, que estabelecia as bases para uma solução negociada e anulava um laudo de 1899 que fixou os limites atuais.
A Guiana, por sua vez, defende o laudo de 1899 e pede que o texto seja ratificado pela Corte Internacional de Justiça, cuja jurisdição Caracas não reconhece.