O TNH1 esteve na tarde desta terça-feira, 28, no Condomínio Morada das Árvores, localizado na Rua Professor José da Silveira Camerino, no bairro Pinheiro, em Maceió, para conversar com moradores que sentiram o tremor de terra nos últimos dois dias. Os relatos das pessoas que estavam no prédio, na madrugada de hoje, vão de portas de guarda-roupa batendo até lustre e mesa balançando devido ao evento sísmico.
Carlos Pedrosa, síndico do condomínio, detalhou que o tremor foi sentido em todos os cinco andares do edifício.
“Alguns moradores mandaram relatos no grupo do condomínio. O número maior de relatos aconteceu após o primeiro tremor da madrugada de hoje. Alguns moradores contaram que a mesa e o lustre tremeram. Também disseram que as portas do guarda-roupa bateram forte”, contou.
O Observatório Sismológico da Universidade da Universidade de Brasília (SIS-UnB) registrou o tremor de magnitude 1.7mR, às 02h50m41s desta terça-feira, 28, em Maceió (veja na foto abaixo).
Observatório Sismológico registrou tremor nesta madrugada na capital alagoana (Foto: SIS/UnB) |
“No total foram cinco tremores. O primeiro foi sentido na madrugada de segunda, a 1h50 da manhã. O segundo aconteceu às 15h50 de ontem. Já o terceiro, o mais forte deles, aconteceu na madrugada de hoje, às 2h50. Já o quarto foi às 4 horas da manhã e o quinto, por volta das 16h14 dessa terça-feira”, afirmou Pedrosa. “Esse tremores foram registrados em todos os blocos e em todos os andares do prédio. Foram vários relatos, nos diferentes blocos”, completou.
A Defesa Civil confirmou que registrou a ocorrência de microssismos na área das minas que estão sendo preenchidas pela Braskem, desde a última semana (Leia a nota na íntegra no fim da matéria). O TNH1 apurou que o órgão municipal vai se reunir nesta terça-feira, 28, com o síndico do condomínio.
“Vamos nos reunir com a Defesa Civil de Maceió na tarde de hoje, para avaliar a situação. Muitos moradores vivem aqui há bastante tempo. Eu também vivo aqui há bastante tempo. Agora não sabemos como isso vai ficar, se houve danos e se eles podem colocar em risco os moradores. Precisamos ter certezas sobre a estrutura, sobre possíveis danos. Vamos aguardar um posicionamento da Defesa Civil”, ponderou o síndico.
Relato de moradores – “Tremeu sim. Eu senti o que aconteceu na madrugada de hoje, foi a primeira vez que eu senti tremendo aqui”, disse uma moradora que preferiu não ser identificada. “Senti na madrugada de domingo. Estava deitado, mas ainda acordado. A cama balançou. Senti a cama balançando bem de leve, se movimentando. Fiquei assustado”, relembrou outro morador ao TNH1.
Uma mulher que trabalha no prédio também confirmou os fatos. “Eu trabalho aqui no prédio. A minha patroa contou que o filho dela sentiu o tremor da madrugada de hoje. Ela ainda falou que sentiu o tremor de ontem. Parece que, desde o último domingo, esse já é o quarto tremor registrado”.
Carlos Pedrosa ressaltou que não havia abalo sísmico no prédio desde 2018, quando houve um forte tremor na região, resultando na identificação da instabilidade de solo em bairros de Maceió.
“Esse tremores foram registrados em todos os blocos e em todos os andares do prédio. Foram vários relatos, nos diferentes blocos. O condomínio tem mais de 40 anos. O único relato do tipo aqui foi quando aconteceu aquele grande tremor, em 2018. Desde então, não houve registro. Mas, na madrugada dessa última segunda, houve os primeiros relatos. A UnB confirmou que registrou um dos quatro abalos, que foi esse da madrugada de hoje (às 2h50). Esse abalo, segundo a UNB, foi de magnitude 1.7”.
O que diz a Defesa Civil de Maceió – “A Defesa Civil informa que registrou a ocorrência de microssismos na área das minas que estão sendo preenchidas pela Braskem, desde a última semana. As causas estão sendo avaliadas e discutidas entre os técnicos, mas o órgão reforça que os mesmo não possuem magnitude para causarem danos nas regiões atingidas pelo afundamento do solo, bem como nas áreas adjacentes, ainda que sejam percebidos na superfície.
Os sismos foram detectados por aparelhos de alta tecnologia que registram movimentações milimétricas do solo. A Defesa Civil se mantém alerta e monitorando ininterruptamente toda a área afetada, afim de garantir segurança na ocorrência de qualquer eventualidade”.