O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não participará da COP28, a conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas), que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes, a partir desta quinta-feira (30).
Depois de comparecer por dois anos seguidos ao evento com o objetivo de destacar a atuação americana no tema, as agendas publicadas pela Casa Branca para Biden e a vice-presidente Kamala Harris não mostram viagens a Dubai esta semana.
Quase 70 mil pessoas, incluindo chefes de Estado de diversos países, devem participar do evento. Entre eles estão o presidente brasileiro, Lula, e o papa Francisco.
Essa deve ser a primeira viagem internacional de Lula após a cirurgia que fez no quadril em setembro.
Já o papa apresentou um quadro gripal no fim de semana, mas já está com um estado de saúde “bom e estável”, segundo o Vaticano, e deve viajar na sexta-feira (1º) para Dubai.
Um funcionário do governo confirmou à agência de notícias AFP que Biden não planeja viajar à COP28 esta semana, quando acontece a cúpula dos líderes mundiais, nem em uma etapa mais avançada da reunião, que termina em 12 de dezembro.
A ausência de Biden na cúpula já era comentada desde o começo de novembro.
A fonte, que pediu anonimato, disse que o governo ainda discute o envio de um representante de alto escalão à conferência. John Kerry, enviado climático dos Estados Unidos, ex-secretário de Estado e senador, coordenará a delegação americana nas negociações.
O funcionário não apresentou explicações sobre a decisão de Biden, que, a menos de um ano das eleições presidenciais, se concentra na guerra entre Israel e o Hamas e também tenta destacar a agenda interna.
Antes das viagens do democrata, não era habitual que o presidente dos Estados Unidos participasse das reuniões do clima da ONU.
Em 2021, ele foi a Glasgow para prometer que os Estados Unidos retomariam um papel de liderança no tema, depois que seu antecessor, Donald Trump, retirou o país do Acordo de Paris. Biden também compareceu à COP27, no ano passado, em Sharm el-Sheikh, Egito.
Ao mesmo tempo que priorizou o clima na política nacional, com a chamada Lei de Redução da Inflação, que canaliza bilhões de dólares para a economia verde, o democrata também aprovou projetos polêmicos, como a autorização para a extração de petróleo no Alasca, no Projeto Willow.
Nos próximos dias, os compromissos de Biden incluem uma viagem ao estado do Colorado para destacar os investimentos em energia eólica, uma reunião com o presidente de Angola e a iluminação da árvore de Natal da Casa Branca.