O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (21) que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas é consequência da falta de um lar seguro para o povo palestino.
O líder petista também voltou a criticar Israel, afirmando que os “atos bárbaros [promovidos pelo Hamas] não justificam o uso de força indiscriminada e desproporcional contra civis”. E acrescentou que se vive uma “catástrofe humanitária” na região.
Lula participou na manhã desta terça-feira (21) de cúpula extraordinária para tratar da situação na Faixa de Gaza dos Brics, bloco que reúne Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, mas que será expandido com a entrada de seis novos países, a partir do próximo ano.
“Não podemos esquecer que a guerra atual também decorre de décadas de frustração e injustiça, representada pela ausência de um lar seguro para o povo palestino. É fundamental acompanhar com atenção a situação na Cisjordânia, onde os assentamentos ilegais israelenses continuam a ameaçar a viabilidade de um Estado palestino”, afirmou.
“O reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível. Precisamos retomar com a maior brevidade possível o processo de paz entre Israel e Palestina“, completou.
O presidente brasileiro reforçou sua condenação aos atos promovidos pelo Hamas, que invadiu o território israelense por ar, água e terra, matando e sequestrando cidadãos.
Por outro lado, voltou a criticar a desproporcionalidade da resposta de Israel, sobretudo na Faixa de Gaza.
“O Brasil condenou de maneira veemente os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro contra o povo israelense. Três brasileiros foram vítimas desses ataques. Em várias ocasiões, reiteramos o chamado pela liberação imediata e incondicional de todos os reféns. No entanto, tais atos bárbaros não justificam o uso de força indiscriminada e desproporcional contra civis”, afirmou o presidente.
Lula também manifestou preocupação de que a guerra se espalhe para outros países e, para isso, disse que será imprescindível a contribuição dos Brics em favor da autocontenção e da desescalada.
“O Brasil não acredita que a paz seja criada apenas pela força das armas”, afirmou.