De Curitiba tenho poucas memórias de infância.
Meu tio (vai imaginando um japonês com cara de Confúcio e sotaque paranaense) vivia em um bairro tranquilo com casinhas de madeira. No inverno, fazia um frio danado.
E todo mundo, começando pelos meus priminhos curitibanos, parecia falar com um acento que era uma espécie de símile do refrão que sempre repetia meu pai (paulistano): leite-quente-que-dói-os-dente-da-geeeewnte…
Lembro também do jardim botânico, da ópera de arame e da pedreira (que eu achava muito legal levar o nome de um poeta que amo, Leminski). Lembro ou penso que lembro, como foto de álbum de família, já que esses cartões-postais da cidade são oniululantes em nosso imaginário brasilis.
Mas a capital paranaense, óbvio, é muito mais do que isto.
Reconhecida há tempos por iniciativas relacionadas a urbanismo e sustentabilidade, Curitiba coleciona prêmios e que-tais.
O título mais recente foi recebido nesta última quinta-feira (09) em Barcelona, Espanha, durante o Smart City Expo World Congress.
Um jurado que inclui representantes da ONU-Habitat, Banco Mundial e o Fórum Econômico Mundial elegeu a cidade brasileira como a Smart City de 2023 por seu “planejamento urbano inteligente, crescimento socioeconômico e sustentabilidade ambiental com uma abordagem centrada no ser humano”.
Como um Oscar do planejamento urbano inteligente mundial, Curitiba foi selecionada a partir de uma lista de 6 indicados.
Os outros cinco: Barranquilla (Colômbia), por suas iniciativas em “infraestrutura verde”; Izmir (Turquia), que desenvolveu um sistema inteligente de alerta de incêndios; Makati (Filipinas), com suas soluções coletivas IoT (em português, Internet das coisas) para ação e empoderamento cívicos; Cascais (Portugal), com seu projeto de cartão “fidelidade” para moradores, com integração de diversos serviços de saúde, cultura e mobilidade em um único dispositivo; e Sunderland (Reino Unido), que apresentou um projeto de análise inteligente de dados dos cidadãos para melhorar a gestão urbana.
Este ano, segundo a organização do evento, houve um total de 411 projetos apresentados de 63 países.
O congresso também distribuiu prêmios em outras categorias, como mobilidade (Meram, Turquia), tecnologias facilitadoras (Tampere, Finlândia) e Segurança e Resiliência (Gangnam gu, distrito de Seul, Coreia do Sul).
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