O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou neste sábado (28) que o governo aprovou a ampliação da invasão de Gaza “por unanimidade” e que aqueles que acusam o país de cometer crimes de guerra são “hipócritas e mentirosos”.
“A guerra dentro da Faixa de Gaza será difícil e longa”, disse ainda. O premiê também afirmou que a segunda fase do conflito contra o grupo terrorista Hamas começou com a entrada de mais forças terrestres no território.
“Os nossos comandantes e soldados que lutam em território inimigo sabem que a nação e a liderança nacional os apoiam”, acrescentou. “Eles estão determinados a erradicar este mal do mundo, para a nossa existência.”
É a primeira vez que Bibi, como o premiê é conhecido, responde a perguntas de jornalistas desde o início da guerra. O líder ainda disse os objetivos de Israel são a “destruição do Hamas” e conseguir “devolver os reféns para casa.”
Ao ouvir as primeiras perguntas dos jornalistas presentes, Bibi evitou responder se o governo de Israel teria sido o responsável pelo ataque do grupo no último dia 7, que desencadeou o conflito.
O primeiro-ministro também foi questionado se a controversa reforma judicial defendida pelo seu governo, que limita os poderes da Suprema Corte, teria distraído o país das questão de segurança.
Netanyahu estava acompanhado do ministro da Defesa, Yoav Gallant . Após a fala do premiê, Gallant afirmou que a operação terrestre “pode ajudar a trazer os reféns de volta”. “Não temos interesse em expandir essa guerra, mas estamos preparados em todas as frentes”, acrescentou o ministro.
O anúncio ocorre no momento em que as Forças de Defesa de Israel voltaram a escalar a ameaça sobre uma iminente invasão da Faixa de Gaza. Mais cedo neste sábado, panfletos foram lançados sob a Cidade de Gaza, a mais populosa da região, afirmando que a área é agora “um campo de batalha”.
O território palestino segue sob um blecaute que impede a comunicação de moradores e de organizações humanitárias com o exterior.
Em uma das poucas informações ecoadas até aqui, um porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza afirmou em comunicado televisionado pela rede Al Jazeera que ataques israelenses das últimas horas deixaram ao menos 400 palestinos mortos, elevando o número de vítimas a 7.700, das quais 3.200 seriam menores de idade.
A Defesa Civil de Gaza afirma que centenas de edifícios e casas foram destruídos durante a noite de sexta-feira para sábado e que alguns dos bombardeios teriam ocorrido perto de hospitais do território palestino.