Imagens de satélite capturam o tamanho da devastação na Faixa de Gaza, cuja população vive sob bombardeios constantes desde que Israel declarou guerra ao Hamas após o grupo terrorista deixar mais de 1.400 mortos em ataque no último dia 7 e sequestrar mais de 220 reféns.
Partes do território palestino —que tem área equivalente a um quarto da cidade de São Paulo— foram reduzidas a escombros. No norte da Faixa de Gaza, nos arredores da cidade de Beit Hanoun, a poucos quilômetros do posto de controle de Erez, na fronteira com Israel, é possível ver nas imagens dezenas de prédios destruídos.
Arredores da cidade de Beit Hanoun, na Faixa de Gaza, antes e depois do atual conflito
– Maxar Technologies – 21.out.23/Reuters
Arredores da cidade de Beit Hanoun, na Faixa de Gaza, antes e depois do atual conflito
Israel declarou guerra ao Hamas após ataque no dia 7 de outubro
No bairro de Al Karameh, as cinzas que cobrem prédios nas imagens de satélite evidenciam quarteirões inteiros danificados, destruídos ou atingidos por destroços de explosões próximas.
De acordo com as Nações Unidas, ao menos 45% de todas as unidades habitacionais de Gaza foram danificadas ou destruídas nos ataques israelenses. Entre as áreas mais atingidas estão Beit Hanoun, Beit Lahiya, Shujaiya e os bairros ao redor do campo de refugiados de Shati e Abasan al-Kabira, em Khan Yunis, no sul do território.
Vizinhança de Al Karameh, na Faixa de Gaza
Antes e depois de destruição em Al Karameh
– Maxar Technologies – 21.out.23/AFP
“Desde o primeiro dia desta guerra, abrimos cerca de 150 abrigos, que são basicamente escolas transformadas em abrigos, para mais de 600 mil pessoas em Gaza”, afirma Juliette Touma, diretora de comunicações da UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos.
Em preparação para invasão terrestre da Faixa de Gaza, o Exército de Israel realizou nesta quinta-feira (26) o que diz ser a maior incursão ao território palestino desde o começo da guerra contra o Hamas. Blindados entraram e saíram da área que é o foco do conflito no Oriente Médio numa ação para destruir “múltiplos alvos” da facção terrorista, disse Tel Aviv em comunicado.
O número de mortes na Faixa de Gaza após o início da retaliação israelenses passou de 7.000 nesta quinta-feira, segundo palestinos.
Em meio à continuação dos bombardeios e a expectativa da invasão terrestre —criticada mesmo por aliados de Israel—, o vice-chefe do escritório político do Hamas, Saleh al-Arouri, afirmou que “as batalhas [contra Israel] ainda não começaram”, de acordo com o jornal The Times of Israel.
Em entrevista por telefone com a Al-Manar, o canal de TV do Hizbullah, Al-Arouri disse que os líderes do Hamas estão em constante comunicação com o grupo libanês.
Ataques aéreos estão entre os mais intensos do século em Gaza
Bloco completamente destruído em Atatra, no norte da Faixa de Gaza
– Maxar Technologies – 21.out.23/AFP
Cerca de 2,3 milhões de pessoas vivem em Gaza. Israel bloqueia o território desde o ataque do Hamas —desde o último dia 21, alguns caminhões com ajuda humanitária entraram pela fronteira com o Egito. No último dia 13, Tel Aviv deu um ultimato para que todos os moradores no norte do território, onde está metade da população total, fossem para o sul, antes da invasão terrestre. Os bombardeios, no entanto, acontecem também na porção sul.