Nesta semana, percevejos tomaram conta de bares no centro do Rio de Janeiro. Apesar das infestações estarem incomodando os clientes da região, dificilmente a picada traz complicações à saúde, segundo médicos ouvidos pela CNN.
O Dr. Abdo Salomão Jr, Doutor em Dermatologia pela USP (Universidade de São Paulo) e membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), por exemplo, explicou que há maiores riscos em caso de infecção de pele.
“Sobre complicações, dificilmente. É muito mais a questão do incômodo, que fica um nódulo dolorido e que coça por uma semana. E para não dizer que não tem risco, o risco é a pessoa coçar, infectar por bactéria e dar alguma coisa mais séria. Infecção de pele, mas tirando isso não há risco não”, informou.
Além disso, é possível diferenciar os sintomas da picada do percevejo, em comparação com a de outros insetos, e assim, prosseguir com o tratamento adequado.
“Quando a pessoa acorda com os nódulos, porque ele forma os nódulos no corpo, em áreas que estavam cobertas, se for exposto é mais provável outro inseto, mas em áreas que estavam cobertas nas pernas e outros pontos é percevejo, porque ele fica na roupa de cama”, acrescentou o Dr. Abdo Salomão Jr.
De acordo com a Cleveland Clinic, além dos percevejos se esconderem durante o dia em locais dentro e ao redor da cama, eles também podem se abrigar em rachaduras, nos cantos de paredes e em volta de tomadas.
Confira abaixo mais informações como sintomas, cuidados e possíveis tratamentos em caso de complicação.
Sintomas
Nódulos, lesões avermelhadas e padrão linear. Esses são alguns dos sintomas da picada de percevejos elencados pelo Dr. Renato Soriani, Dermatologista membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
De acordo com ele, é mais comuns que as picadas aconteçam em áreas expostas durante o sono, como braços, pernas, pescoço e rosto. Segundo o Dr. Soriani, a “coceira intensa pode ser mais grave em pessoas alérgicas ou com pele sensível”.
“A principal forma de diferenciar das picadas de outros insetos é o padrão linear ou agrupado, porque ao se deslocar sobre a pele, o percevejo pica diversas vezes. Picadas de mosquitos, por exemplo, tendem a ser mais isoladas e aleatórias. Além disso, a ausência de zumbido, comum nos mosquitos, e a presença de manchas de sangue ou fezes do inseto nos lençóis ajudam a identificar a infestação”, explicou o médico.
Cuidados
Embora a picada possa ser intensa em peles sensíveis, há possibilidade de reduzir o incômodo, lavando a região com água fria, por exemplo.
“A aplicação de compressas frias ajuda a reduzir o inchaço e o desconforto. Loções calmantes, como as que contêm calamina, ou cremes com corticosteróides de baixa potência podem ser utilizados para aliviar a inflamação e a coceira”, disse o Dr. Soriani.
Ele acrescentou que “é fundamental resistir ao impulso de coçar, pois isso pode romper a pele e abrir portas para infecções. Além dos cuidados com a pele, higienize o ambiente, lavando roupas de cama e tecidos em temperaturas elevadas e aspirando móveis e colchões para eliminar os insetos.
Tratamento médico
Embora dificilmente seja necessário, o especialista revelou que o tratamento médico é essencial em alguns casos específicos.
“Na maioria dos casos, o tratamento domiciliar é suficiente para aliviar os sintomas. No entanto, é importante buscar tratamento médico em algumas situações específicas. Caso ocorra uma reação alérgica intensa, com inchaço significativo ou coceira incontrolável, ou se houver sinais de infecção secundária, como dor, calor local, presença de pus ou aumento das lesões, a avaliação médica se torna necessária”, afirmou.
Segundo ele, dermatologistas podem atuar prescrevendo medicamentos adequados. “O dermatologista pode prescrever cremes ou pomadas com corticosteróides para reduzir a inflamação, anti-histamínicos orais para controlar a coceira e reações alérgicas, ou antibióticos, caso exista infecção bacteriana. Pacientes com histórico de alergias ou reações sistêmicas devem ser monitorados mais de perto para evitar complicações”, concluiu o Dr. Soriani.