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Trapaça: Influenciador solto em audiência de custódia volta a ser preso na Ponta Verde

MPAL confirmou que alegação de problemas de saúde foi questionada em recurso junto à Justiça


O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) confirmou que o influenciador digital Igor Campioni,  investigado na Operação Trapaça, foi novamente preso na tarde desta terça-feira, 10, em sua residência, no bairro da Ponta Verde. Ele havia sido liberado após audiência de custódia no final da última semana após primeira prisão junto com seu sócio, apontado como líder em esquema de lavagem de dinheiro, que permanece preso.

Leia também: Influenciador digital é preso acusado de organização criminosa e lavagem de dinheiro

O mandado de prisão foi expedido após recurso interposto pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf) na última quinta-feira (04), que requereu reconsideração da 17ª Vara Criminal da Capital.

MPAL

Equipe do Gaesf cumpriu mandados de prisão dentro da operação Trapaça

Segundo nota do MPAL, o influenciador foi encaminhado para a Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) e, de lá, será levado para o sistema prisional.

No recurso, o Gaesf alegou que o argumento apresentado pela defesa, sobre a saúde do acusado estar comprometida em razão de crises epiléticas, não corresponde a realidade, uma vez que Igor tem atividades sociais movimentadas, o que é incompatível com a vida de uma pessoa que possui a saúde debilitada.

Operação Trapaça

O nome da operação faz alusão ao engodo que é praticado contra as vítimas, levando-as a se envolver com jogos de apostas, como se eles pudessem oferecer a elas uma ascensão rápida econômica, o que não corresponde a realidade em razão da enganação que há por trás desses jogos.

Os trabalhos têm o objetivo de desarticular uma organização criminosa (Orcrim) atuante em desfavor da economia popular e em crime de lavagem de dinheiro, envolvendo jogos de azar on-line. Ao todo, foram cumpridos doze mandados de prisão e de busca e apreensão, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, contra pessoas físicas e jurídicas, tanto em Maceió quanto na cidade de  Ribeirão Preto, em São Paulo. Dos mandados de prisão, dois foram em Alagoas e, os outros dois, em SP.

O foco da investigação é o “Fortune Tiger”, mais conhecido como jogo do tigrinho, uma espécie cassino virtual que promete, de forma fraudulenta e/ou ilusória, supostamente, ganhos fáceis e elevados, a partir de sua promoção, numa verdadeira campanha de divulgação, envolvendo influenciadores digitais.

A investigação do Gaesf aponta que um influenciador digital é o suposto líder da organização criminosa desse esquema milionário em que esbanja uma vida de luxo, fazendo questão de ostentá-la nas redes sociais, onde milhões de seguidores são induzidos a comprar produtos e serviços, como jogos de apostas, com promessas de prosperidade quase que imediata. Seu sócio também foi preso e sua esposa obrigada a cumprir medidas cautelares.

Dados obtidos durante a investigação evidenciaram possível prática ilícita de lavagem de dinheiro entre os investigados, além de possíveis fraudes bancárias, com movimentações suspeitas relacionadas a empresas envolvidas em golpes virtuais.

Há indícios de que o grupo criminoso esteja utilizando contas bancárias para lavar dinheiro proveniente de jogos de azar e outros crimes, fazendo a utilização de “laranjas” para ocultar bens, como no caso de veículos de luxo registrados em nome de terceiros, mas exibidos nas redes sociais como se fossem dos investigados.

Para a execução da operação, o Gaesf requereu o bloqueio de R$ 21.278.337,60 (vinte e um milhões, duzentos e setenta e oito mil, trezentos e trinta e sete reais e sessenta centavos), além de 10 (dez) veículos de luxo.

Para esta operação, o MPAL contou com participação da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz),da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP), por meio das Polícias Civil e Militar, da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e Polícia Penal, com o apoio da Perícia Oficial de Alagoas.



Fonte: Alagoas 24 Horas

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