Há um ano Javier Milei era empossado presidente da Argentina e se tornava a 13ª pessoa a ocupar a chefia da Casa Rosada desde o período de redemocratização do país, nos anos 1980.
O portenho de cabelos desgrenhados, olhos claros e comportamentos curiosos, como empregar um palavrão na frase que é seu mote —”Viva la libertad, carajo”—, tornou-se o primeiro economista a ser presidente da Argentina. E isso não é mera casualidade.
A Argentina já foi um dos países mais ricos de toda a América Latina. Gaba-se de parecer uma Europa da América do Sul. Mas uma crise econômica crônica das últimas três décadas, com alta inflação, criou um clima generalizado de frustração popular.
É preciso ter isso em conta para entender como Milei chegou ao poder em 10 de dezembro de 2023 depois de ser eleito com 55% dos votos e como hoje ele segue popular, com apoio de metade dos argentinos.
Muitas pessoas depositaram nas urnas um voto de confiança de que Milei era a única salvação possível depois de décadas entre as várias correntes do peronismo e a direita argentina.
A frustração e o avanço da ultradireita com cada vez mais força no mundo colocaram o tapete vermelho para que o ultraliberal conhecido por participar de programas de TV e por ser extremamente apegado a seus cachorros, a ponto de não aceitar a morte de um deles, chegasse ao cargo mais importante da Argentina.
O Folha Explica resume três pilares do governo Milei (a economia, as políticas doméstica e externa) e explica personagens-chaves dessa história, como Karina, a irmã carne e unha do presidente argentino.