A polícia da Itália prendeu uma freira em uma operação contra a máfia que atua no país. A religiosa Anna Donelli, 57, é suspeita de envolvimento com a ‘Ndrangheta, considerado o grupo criminoso mais rico e poderoso em território italiano e que desempenha papel central no tráfico de drogas da Europa.
A irmã Donelli é conhecida por seu trabalho voluntário em uma prisão de Milão e em regiões consideradas decadentes da cidade. Em fevereiro, ela chegou a vencer o prêmio Panettone de Ouro, que promove ações de solidariedade. Investigações, porém, apontam que ela trabalhava em conluio com a ‘Ndrangheta, atuando como intermediária entre o grupo criminoso e seus membros presos.
Os advogados de Donelli não foram encontrados pela agência de notícias Reuters. Além da religiosa, outras 24 pessoas teriam sido alvo na operação, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Em comunicado, a polícia italiana informou que dois políticos locais, cujas identidades não foram reveladas, também foram presos. Cerca de € 1,8 milhão (R$ 11,4 milhões) ainda foram apreendidos.
Os suspeitos são acusados de vários crimes, incluindo associação mafiosa, compra de votos, posse ilegal de armas, lavagem de dinheiro, agiotagem e tráfico de drogas, acrescentou a polícia no omunicado.
A suposta gangue também seria responsável pela emissão de € 12 milhões em faturas para transações inexistentes que permitiram a empreendedores sonegar impostos em troca de comissão paga a mafiosos.
Originária da região sul da Calábria, a ‘Ndrangheta evoluiu para a organização mafiosa mais poderosa da Itália e se espalhou pela Europa e pelo resto do mundo. O grupo tem representantes em mais de 40 países, incluindo o Brasil, onde um dos chefes, Rocco Morabito, foi detido em 2021, na Paraíba, após fugir de uma prisão no Uruguai.
Uma operação policial contra a ‘Ndrangheta no ano passado resultou em 132 prisões e apreensões em dez países, incluindo Itália, Alemanha, França e Brasil.