A Operação Trapaça, desencadeada nessa quarta-feira (04) para combater uma suposta organização criminosa envolvida com crime de lavagem de dinheiro, com jogos de azar on-line, prendeu o influenciador alagoano Kel Ferreti, como também apreendeu veículos de luxo nos endereços visitados pelos agentes do Gaesf.
Oito carros, incluindo duas Ferraris, duas Porsches, dois da marca Hyundai, um SUV da CAOA Cherry, e um Golf da Volkswagen, foram encontrados no pátio da Sefaz, em Jacarecica, na manhã desta quinta-feira (05). Segundo apuração da TV Pajuçara, todos eles foram apreendidos na ação.
Outras 10 motocicletas também foram levadas para a área e ficaram apreendidas. No entanto, não foi divulgado quais veículos pertencem ao influencer Kel Ferreti.
Veja as imagens:
O influenciador teve a prisão preventida mantida após audiência de custódia e passou a noite no presídio Baldomero Cavalcanti, no complexo prisional de Alagoas, no Cidade Universitária. A defesa dele afirmou que busca a liberdade de Kel através de habeas corpus.
Saiba o que se sabe sobre a prisão do influencer:
- Ao todo, foram cumpridos oito mandados de prisão e de busca e apreensão, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, contra pessoas físicas e jurídicas, tanto em Maceió quanto na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo. Dos mandados de prisão, dois foram em Alagoas e os outros dois em SP;
- Na casa de um dos alvos, o Gaesf apreendeu cerca de R$20 mil, telefones celulares, documentos e um veículo de luxo;
- O Ministério Público do Estado de Alagoas obteve acesso aos dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que evidenciaram possível prática ilícita de lavagem de dinheiro entre os investigados;
- Uma empresa de publicidade, por exemplo, movimentou grandes quantias através de milhares de transferências fragmentadas, possivelmente atuando como intermediária de operações ilegais;
- A apuração do Gaesf também aponta para possíveis fraudes bancárias, com movimentações suspeitas relacionadas a empresas envolvidas em golpes virtuais. Há indícios de que o grupo criminoso esteja utilizando contas bancárias para lavar dinheiro proveniente de jogos de azar e outros crimes;
- O Ministério Público suspeita, ainda, que a Orcrim faz a utilização de “laranjas” para ocultar bens, como no caso de veículos de luxo registrados em nome de terceiros, mas exibidos nas redes sociais como se fossem dos investigados;
- Para a execução da operação, o Gaesf requereu o bloqueio de R$ 21.278.337,60, além de 10 (dez) veículos de luxo;
- Kel Ferreti, a esposa dele, Mylla Ferreti, e o sócio foram alvos da operação. No entanto, apenas o influenciador e sócio foram presos. A mulher dele também é criadora de conteúdo digital e é investigada por lavagem de dinheiro por meio de jogos de azar on-line;
- Mylla vai cumprir medidas cautelares. Ela não poderá sair do estado nem se comunicar com outros investigados. Além disso, terá que se apresentar periodicamente à Justiça e está proibida de usar as redes sociais;
- Já o sócio de Ferreti foi preso em outro endereço. Após audiência de custódia, ele foi liberado;
- Kel Ferreti foi levado para a sede do Gaesf. Ele também passou por audiência de custódia, teve sua prisão mantida e foi encaminhado ao sistema prisional;
- De acordo com o advogado do influenciador, Rodrigo Monteiro, a defesa entende a prisão como desnecessária. “Os crimes imputados não englobam violência, nem grave ameaça para se justificar a prisão. Eles têm residência fixa e são pessoas conhecidas em todo o Brasil. A acusação é com relação à rede social e ela já foi bloqueada”;
- Além de Ferreti, o advogado está representando os sócios, influenciadores “O Pai do Orgânico”, que também foi preso, e “Di Manobras”, que recebeu medidas cautelares e teve bloqueio das redes sociais.