Deyverson e CONMEBOL Libertadores possuem uma relação especial. E que pode ganhar um novo capítulo no próximo sábado (30), no Monumental de Núñez, contra o Botafogo, em final com transmissão ao vivo do Disney+ a partir das 17h (de Brasília). Três anos após anotar o gol do título do Palmeiras contra o Flamengo, em Montevidéu,…
Deyverson e CONMEBOL Libertadores possuem uma relação especial. E que pode ganhar um novo capítulo no próximo sábado (30), no Monumental de Núñez, contra o Botafogo, em final com transmissão ao vivo do Disney+ a partir das 17h (de Brasília).
Três anos após anotar o gol do título do Palmeiras contra o Flamengo, em Montevidéu, o atacante tem novamente a chance de marcar o seu nome na história, mas agora de outro clube, o Atlético-MG.
E desde aquela decisão na capital uruguaia, muita coisa se passou na carreira do veterano de 33 anos. Meses antes de fazer gols decisivos pelo Galo no mata-mata da atual edição, Deyverson chegou a ser afastado do Cuiabá – clube que teve o seu rebaixamento à Série B confirmado na última terça-feira (26). Mas ele deu a volta por cima.
E um possível título na capital argentina também pode fazer Deyvinho se firmar em um seleto grupo entre os “mais decisivos” da Libertadores. Nada mais, nada menos que o de jogadores que estrearam na competição somente no mata-mata e foram decisivos no título. Assim como fez em 2021, quando estreou somente nas oitavas diante da Universidad Católica.
O ESPN.com.br agora relembra a trajetória do atacante, desde a final de 2021 à de 2024, com a chance de uma segunda conquista de Libertadores na carreira.
Da glória eterna ao afastamento no Cuiabá
Após o gol decisivo pelo Palmeiras em Montevidéu, em novembro de 2021, deixando Andreas Pereira no chão, Deyverson permaneceu no Alviverde somente até o primeiro semestre do ano seguinte e ficou livre no mercado depois de não renovar contrato.
O destino foi o Cuiabá, clube que o acolheu e foi onde o atacante reencontrou o protagonismo, anotando gols importantes e, inclusive, participando de uma histórica campanha do Dourado no Brasileirão de 2023, com o clube terminando em 12° na tabela – sob o comando de António Oliveira, que potencializou o seu futebol por lá.
Em abril deste ano, porém, Deyverson viveu um dos momentos mais críticos da carreira e, por “motivos disciplinares”, foi afastado do elenco do clube matogrossense. A punição durou até julho, mas em agosto o atacante já fazia a sua estreia pelo Atlético-MG, em clássico contra o Cruzeiro, pelo Brasileirão.
Apesar do início “tímido” no Galo, sem nenhum gol marcado nos primeiros sete jogos, Deyverson desencantou contra o Red Bull Bragantino, com uma bola na rede e uma assistência nos 3 a 0 na Arena MRV. Na partida seguinte ativou o “modo Libertadores”.
O atacante entrou no segundo tempo do duelo contra o Fluminense, em Belo Horizonte, pela volta das quartas de final, e fez os dois gols que classificaram o clube mineiro rumo à semi contra o River Plate.
Diante dos argentinos, Deyvinho também deu show e participou de todos os gols da imponente vitória por 3 a 0, na ida, na Arena MRV. O atacante virou moda até mesmo na Argentina e viralizou com uma de suas “firulas” em campo, sendo copiado por um jogador da base do Boca Juniors.
Agora, contra o Botafogo, em jogo único, Deyverson tem a chance de fazer história novamente e estreitar ainda mais os laços com a Libertadores.
‘Tem estrela para fazer gol decisivo’
Deyverson é mais um personagem do futebol brasileiro. Irreverente, caricato, sempre de bom humor. E quem conviveu com o atacante diz que ele é assim o tempo todo.
Ex-meia-atacante do Cuiabá, Vinícius Boff contou um pouco dos bastidores de como foi conviver com Deyverson no dia a dia. E não teve do que reclamar.
Além dos conselhos aos mais jovens nos treinos, Deyverson abriu até mesmo a sua casa para que ele pudesse fazer uma tatuagem, o que mostra um pouco da simplicidade do atacante, sempre muito querido pelos demais companheiros.
“Ele é o mesmo que a galera vê na TV, nas entrevistas. Brincalhão, resenha, ele é autêntico. É o menino maluquinho. Mas o cara tem um coração gigante, gente boa demais. Sempre dava conselhos para a rapaziada mais nova. Admiro muito ele”, disse Boff, em entrevista ao ESPN.com.br.
“Ele trouxe um amigo dele tatuador, de São Paulo, para conhecer o CT do Cuiabá e ficar uns dias lá com ele. Eu estava querendo fazer uma tatuagem em homenagem ao meu filho, eu e minha esposa queríamos fazer. Ele abriu as portas da casa dele para a gente ir lá. Foi um momento bem legal da parte dele”, recordou.
“Teve um momento no treino que eu estava um pouco encostado, meio desanimado, ele falou ‘vamos, cara! O treino é para você, se dedica, treina forte’”.
E o ex-companheiro de Deyvinho também ressaltou o “instinto decisivo” do atacante para fazer gols em jogos importantes.
“O Deyvinho é muito decisivo, muito oportunista, tem estrela para fazer gol decisivo. Ele é muito natural, é muito simples nas coisas que ele faz”.
De Amoroso a Cássio: Deyverson pode se firmar em grupo seleto
Muito além de uma terceira conquista de Libertadores na carreira, Deyverson também pode gravar o seu nome na história novamente por ser decisivo em mata-matas.
Assim como ele fez em 2021, depois de voltar de empréstimo do Alavés e estrear somente nas oitavas de final, Deyverson segue decisivo nas fases finais da competição continental. Mas em 2024, Deyverson não marcou um único gol, mas sim quatro – e a conta ainda pode aumentar.
A lista de jogadores entre os “mais decisivos”, após estrearem no mata-mata da Libertadores, é extensa. Por exemplo Breno Lopes, que na edição de 2020 fez o gol do título sobre o Santos, no Maracanã, após chegar em novembro, no meio da temporada, do Juventude.
Em 2019, Gerson também teve papel fundamental na conquista do Flamengo diante do River Plate e se tornou o “coringa” no meio-campo do estrelado time comandado por Jorge Jesus.
O Grêmio também já teve Cícero como “herói” em 2017. O meia deixou o São Paulo na metade da temporada e estreou somente na semifinal da Libertadores, contra o Barcelona de Guayaquil. Na final, contra o Lanús, fez o gol da vitória por 1 a 0, na ida, em Porto Alegre.
Hoje no River Plate, Miguel Borja foi campeão com o Atlético Nacional em 2016 e foi um dos grandes nomes da conquista ao lado de Alejandro Guerra, que também migrou com ele para o Palmeiras após a conquista. Até então, o colombiano estava no Palmira, também da Colômbia, e se transferiu para Medellín.
Borja estreou na semifinal contra o São Paulo e fez quatro gols, dois em cada jogo, eliminando a equipe brasileira. Na final, contra o Independiente del Valle, fez o gol do título, no jogo de volta, na Colômbia.
Jogador do Internacional, Lucas Alario era apenas mais um desconhecido em 2015, no Colón. Mas uma transferência para o River Plate no meio da temporada mudou totalmente o seu destino e ele foi o nome da conquista da Libertadores daquele ano. O atacante estreou com um gol e duas assistências na semi contra o Guaraní e ainda deixou novamente a sua marca a final, contra o Tigres-MEX.
Em 2012, Cássio brilhou pelo Corinthians na conquista inédita da América pelo clube. Até então reserva no PSV, o goleiro voltou ao Brasil para defender as cores do Timão e rapidamente assumiu a titularidade da meta. E teve atuações memoráveis, a principal, claro, a defesa no chute de Diego Souza, na nas quartas contra o Vasco, no jogo de volta, no Pacaembu. No mesmo ano, o Alvinegro ainda foi campeão do Mundial de Clubes com Tite.
E ainda teve Amoroso, em 2005, pelo São Paulo. O atacante, que estava no Málaga, voltou ao Brasil depois de anos na Europa e foi decisivo. A estreia foi na semifinal, contra o River Plate, com gol na Argentina. Na final, anotou um tento e ainda uma assistência na goleada por 4 a 0 sobre o Athletico-PR, no Morumbis.
Onde assistir à final da CONMEBOL Libertadores?
Atlético-MG x Botafogo, pela decisão da CONMEBOL Libertadores, terá transmissão ao vivo do Disney+, a partir das 17h (de Brasília).