Palco da final da Libertadores entre Botafogo e Atlético-MG no próximo sábado, Buenos Aires aos poucos começa a ser invadida por brasileiros. O português começa a ser ouvido por todos os cantos, com a chegada de alvinegros cariocas e mineiros que viajaram de vários cantos do Brasil e do mundo. Um grupo de botafoguenses, porém,…
Palco da final da Libertadores entre Botafogo e Atlético-MG no próximo sábado, Buenos Aires aos poucos começa a ser invadida por brasileiros. O português começa a ser ouvido por todos os cantos, com a chegada de alvinegros cariocas e mineiros que viajaram de vários cantos do Brasil e do mundo.
Um grupo de botafoguenses, porém, sequer precisou viajar. Eles comemoraram muito quando a Conmebol anunciou que a final da edição de 2024 seria disputada na capital argentina.
Formada por um grupo de estudantes de Medicina que torce para o Botafogo e mora na Argentina, a “Argenfogo” terá a oportunidade de assistir ao terceiro jogo do clube do coração no estádio. Eles acompanharam as partidas contra Patronato e Defensa y Justicia, ano passado, pela Copa Sul-Americana. Numa dessas aventuras, a torcida acabou nascendo.
— Procurando um lugar para fazer um pré-jogo, antes do confronto contra o Patronato, a galera se encontrou em uma loja que vendia verduras, começou a beber e criou o grupo. Depois do jogo contra o Defensa y Justicia, foi o momento que a gente acabou surgindo de verdade como torcida. Criamos o nosso Instagram, jogamos no chatgpt algumas opções de nome e passamos por alguns ridículos como “Botafuego” até chegar no “Argenfogo”. O nosso intuito era achar mais botafoguenses que estão perdidos aqui pela Argentina e reunir a galera para assistir aos jogos — disse Bruno Ladislau, um dos fundadores da torcida.
O objetivo do grupo está caminhando para ser cumprido. Se no início a torcida tinha entre 10 e 20 pessoas, hoje a Argenfogo conta com quase 70 integrantes que moram na capital argentina. Agora, os botafoguenses tem outro propósito para a decisão da Libertadores: auxiliar os torcedores do time carioca que irão ao país vizinho acompanhar o jogo contra o Atlético-MG.
O grupo inicialmente criou uma comunidade no WhatsApp, que já conta com mais de quatro mil torcedores. Por lá, os integrantes da Argenfogo costumam dar dicas de logística, hospedagem, câmbio, transporte, além de responder às dúvidas mais frequentes que recebem, e alertar sobre as normas do país.
Como forma de reunir os botafoguenses que prometem invadir Buenos Aires — a torcida esgotou cinco dos seis setores disponíveis para a final da Libertadores —, o grupo montou um cronograma para receber os irmãos de camisa.
— A gente organizou um encontro no dia 28 e um pré-jogo, que é uma festa em uma boate fechada, no dia 29. Estamos esperando cerca de três mil pessoas. Não sei se estamos jogando tão alto, mas pelo que a gente está vendo, a galera está engajada — completou Bruno.
Cidade em ‘modo final’
As ruas não deixam enganar. Os aviões que chegam aos aeroportos de Buenos Aires estão cada vez mais cheios de torcedores, que não esperam nem deixar as aeronaves para entoar cantos dos seus times, e provocam um aumento no tempo de espera na fila da imigração. Além disso, os motoristas de aplicativo e comerciantes da capital argentina estão precisando se preocupar em falar mais “portunhol” nos últimos dias.
Ontem, a reportagem do GLOBO conversou em Buenos Aires com argentinos e brasileiros — em sua maioria, botafoguenses — , que já movimentam eventos na cidade, desde o relógio de contagem regressiva da decisão até os bares e pontos turísticos. Nos próximos dias, torcedores também chegarão em caravanas de ônibus.
A Conmebol confirmou ontem ao GLOBO que 60 mil ingressos já foram vendidos para a final da Libertadores — a capacidade do Estádio Monumental de Núñez gira em torno de 84 mil espectadores.