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Dono de sebo vende coleção completa da Playboy por R$ 73 mil

Por Gabriela Bonin / Folhapress

O lançamento da revista Playboy no Brasil completa 50 anos em 2025. Ela parou de ser ser publicada no país em 2017 e uma coleção completa de todas as edições brasileiras está sendo vendida por um sebo online por R$ 73 mil.

Lucas Hit, 39, é o responsável pelo trabalho de organização e precificação do acervo. Ex-consultor de moda, ele coleciona revistas masculinas desde os 13 anos de idade. Encontrou nelas uma forma de ganhar dinheiro durante a pandemia da Covid-19, em 2020. Desde então, sua loja, o Sebo do Hit, já vendeu mais de cinco mil revistas, enviadas para diferentes lugares do Brasil.

O acervo da Playboy não é dele, mas de um conhecido que quis se desfazer das revistas. “Ele me mandou a coleção completa e, aí, eu peguei todas as revistas, analisei uma a uma, confirmei as condições para ver se estava tudo certo”, conta ao à reportagem.

E elas estão em ótima qualidade, garante. “A coleção era de alguém que chamamos de colecionador chato. Aquele cara que cuidava muito bem das revistas, por isso não tem capa amassada, não tem rasuras. Todas as revistas com pôster”.

Edições que mantêm os pôsteres são raridades, explica Lucas. Isso porque os leitores costumavam destacar o pôster para colar na parede do quarto ou dar de presente a alguém.

No total, são 915 itens: as 497 edições (de agosto de 1975 até dezembro de 2017), 264 edições especiais, 70 suplementos, 27 livros, 2 CDs e um LP. Com o valor total de R$ 73 mil, cada item sai, em média, por R$ 80.

É um preço alto, e Lucas concorda com isso. Ele explica, porém, que algumas edições da coleção são raras ou muito procuradas e, individualmente, custam muito mais do que R$ 80. “Só a edição da Xuxa, sozinha, vale uma média de R$ 2 mil em boas condições”, diz.

“Se a gente colocar aí edições que realmente são muito raras, tem uma lista de pelo menos umas 50 revistas que valem muito. No final das contas, é um preço muito justo”, argumenta.

Até esta quinta-feira (14), apenas um possível comprador havia demonstrado interesse: uma pessoa que trabalha em leilões. O vendedor acredita que a coleção será comprada por alguém que quer investir como um produto que vai valorizar com o passar dos anos, não necessariamente um colecionador da Playboy.

O dono do sebo cita quatro edições que considera icônicas. A número 1, de agosto de 1975, é uma delas. “É uma revista lançada há 50 anos, com uma tiragem pequena —se não me engano, foram 50 mil exemplares. Por esses dois motivos, eu acho que é muito difícil encontrar essa edição hoje”, explica.

Mas a mais desejada, na opinião dele, é que tem Xuxa na capa. “É a Playboy mais conhecida. Todo mundo conhece, talvez já viu. Ela chegava a ser anunciada por preços astronômicos na internet”, diz Lucas.

Ele cita também a edição com a atriz Luciana Vendramini, que saiu na capa vestindo uma farda de paquita, e a de Sonia Braga, que, em 1984, teve sua circulação vetada no Rio de Janeiro por mostrar os seios da atriz. Então, de acordo com o vendedor, foi lançada uma capa exclusiva aos cariocas, rara de se encontrar, que dava um close no rosto de Sonia Braga.

E quem é o público que compra revistas masculinas em 2024? Pessoas com mais de 30 anos, segundo o vendedor. “É o público que viu a Playboy nas bancas. […] Eu acho que a gente é a última geração do papel, que sente tanta saudade de ir às bancas para comprar a revista. Essa geração faz questão de ter as suas edições preferidas”, diz.

Fonte: TNH1

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